Europa aperta cerco ao TikTok
DECISÃO Bruxelas proíbe uso da aplicação chinesa em smartphones e outros dispositivos oficiais de serviço ª PRAZO Funcionários têm até 15 de março para acatar ordem e apagar esta plataforma
u A Comissão Europeia proibiu ontem a utilização da rede social chinesa TikTok em todos os smartphones e dispositivos oficiais de serviço, por razões de segurança interna. Os funcionários têm até ao dia 15 de março para apagar a aplicação.
A imposição de Bruxelas acontece depois de o Senado norte-americano ter aprovado a proibição do TikTok (que é detido pela empresa chinesa ByteDance) nos dispositivos federais nos EUA. As Forças
Armadas americanas também baniram o aplicativo nos dispositivos militares. Os especialistas em cibersegurança temem que o Governo de Pequim esteja a aceder a informação sensível através da aplicação e a usá-la para espalhar propaganda, comprometendo a segurança dos EUA e da Europa.
Mas o TikTok está em contracorrente: este mês anunciou que irá continuar a investir no Velho Continente “para apoiar” uma comunidade com mais de 150 milhões de utilizadores, através da implantação de um novo centro de dados na Irlanda. O TikTok estará ainda em conversações para estabelecer um terceiro centro de dados na Europa, já que “os dados dos utilizadores de TikTok europeus começarão a migrar este ano, continuando em 2024”. Portugal pode ser um dos destinos. Em meados de janeiro, o comissário europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton, já tinha advertido o conselheiro delegado do TikTok, Shou Zi Chew, para respeitar a norma europeia de proteção de dados, considerando não ser admissível que, por trás de um “ambiente aparentemente divertido e inofensivo, possa haver acesso a conteúdo perigoso e que coloque em risco a vida dos utilizadores”.
No ano passado, a `Forbes' denunciou casos de espionagem a jornalistas através do TikTok, com recurso a dados de localização.
ESPECIALISTAS EM SEGURANÇA TEMEM QUE GOVERNO CHINÊS ACEDA A INFORMAÇÃO SENSÍVEL