Escária declara 80 mil euros para escapar a fraude fiscal
Antigo chefe de gabinete do primeiro-ministro espera que declaração faça cair crime de fraude fiscal
antigo chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, vai declarar em sede de IRS 80 mil euros para `legitimar' o dinheiro que lhe foi apreendido nas buscas realizadas, no Palácio de S. Bento, residência oficial do primeiro-ministro, no âmbito da `Operação Influencer', em novembro do ano passado. A ideia é escapar à suspeita do crime de fraude fiscal.
A informação foi avançada pelo advogado de Vítor Escária, Tiago Rodrigues Bastos, em entrevista ao `Observador'. Segundo o jornal online, o advogado indicou que o seu cliente “já declarou ao Fisco o valor que auferiu no ano fiscal de 2022”, “retificando a sua declaração de IRS” num valor de 40 mil euros” e irá declarar outros 40 mil euros no IRS de 2023.
O antigo chefe de gabinete de Costa afirmou ter recebido 80 mil euros em serviços de consultadoria, sendo que a soma encontrada nas buscas,
alegadamente dentro de livros e de caixas de vinho, foi de 75 800 euros.
Tiago Rodrigues Bastos adiantou que, em seu entender, a retificação da declaração de IRS de 2022 e a declaração do restante valor relativo a rendimentos de 2023 irão afastar a investigação de crime de fraude fiscal.
Vítor Escária foi constituído arguido por suspeitas de práticas de fraude fiscal, tráfico de influências e dois crimes de prevaricação, no âmbito dos processos de exploração de lítio, em Montalegre e Boticas; produção de energia a partir de hidrogénio, em Sines, e construção de um centro de dados, na mesma localidade.
ESCÁRIA É SUSPEITO DE FRAUDE FISCAL, TRÁFICO DE INFLUÊNCIAS E DE PREVARICAÇÃO