Correio da Manha

`Barão dos frangos' volta ao banco dos réus por branqueame­nto

Avelino Gaspar adquiriu a Avilafões para a desmantela­r e provocar a insolvênci­a, diz o Ministério Público ª JULGAMENTO Empresário e o filho Paulo foram a Itália para comprar maquinaria

- Tiago Virgílio Pereira

Gaspar, `barão dos frangos' em Portugal e vogal do Conselho de Administra­ção da Media Capital, dona da TVI, voltou ontem ao banco dos réus no Tribunal de Viseu, para responder pelo crime de branqueame­nto de capitais. Quando se apercebeu da presença dos jornalista­s, o presidente do grupo Lusiaves e 20.º empresário mais rico do País, segundo a revista `Forbes', tentou esconder-se e não saiu pela porta principal do tribunal, mas acabou por ser captado em exclusivo pelo CM e CMTV.

Em causa neste julgamento está a aquisição da Avilafões, empresa de transforma­ção de subproduto­s avícolas, em 2006. Segundo

AVELINO GARANTE

QUE OBJETIVO ERA PÔR EMPRESA A DAR LUCRO MAS NÃO ACONTECEU

o Ministério Público, o objetivo passava por desmantela­r o património da empresa para provocar a sua insolvênci­a. Avelino Gaspar negou em tribunal essa intenção, assim como Rúben Fonseca, amigo de confiança de Avelino que ficou a gerir a Avilafões, e que ontem, quando testemunho­u perante o coletivo de juízes, garantiu que “o objetivo era investir e pôr a empresa a dar dinheiro”. Para Rúben Fonseca, o sucesso só não se verificou por causa do conflito com acionistas, provocado, sobretudo, pela família Madeira, João e Cidália, que, na sua versão, desde o priempresa. meiro momento terão escondido a real situação de fragilidad­e económica da empresa e que, numa fase posterior, terão recusado comprar a quota, no valor de um milhão de euros. Certo é que, pouco tempo depois da aquisição da

Avilafões, o gerente Rúben Fonseca, João Madeira, Avelino Gaspar e Paulo Gaspar (número 2 da TVI) viajaram para Itália na tentativa de adquirir maquinaria mais moderna, para substituir os materiais obsoletos da “Esta é a prova de que queríamos pôr a empresa a funcionar”, atirou Rúben Fonseca. O tribunal ouviu também o economista que, em parceria com Rúben Fonseca, assumiu a gerência da Avilafões até 2009.

A insolvênci­a avançou em 2010, quando a empresa deixou de ter licença ambiental e veterinári­a. Além de Avelino Gaspar, está no banco dos réus Mário Pinto, acusado de insolvênci­a dolosa e abuso de confiança qualificad­o.

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Avelino (à direita) quis esconder-se, mas acabou captado

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