A violência sexual é uma teia de silêncio
Aviolência sexual contra crianças e jovens acontece, quase sempre, entre quatro paredes. Quer isto dizer que não existem testemunhas e que apenas as pessoas envolvidas – a vítima e o agressor - têm conhecimento da situação. A principal motivação do agressor é a manutenção do segredo e, para o conseguir, pode recorrer a diferentes estratégias. Quando se trata de uma criança mais nova, tende a aproveitar-se da sua imaturidade e pode mascarar os seus comportamentos e atribuir-lhes um duplo significado, dizendo, por exemplo, que se tratam apenas de “festinhas”, “massagens” ou “cócegas”. As crianças mais pequenas acreditam e mantêm o segredo, porque não compreendem sequer o que se passa.
O agressor sexual também utiliza a culpa como um poderoso indutor de segredo. Diz à criança que esta provocou a situação e que dela retira prazer – o que, por vezes, acontece -, fazendo-a sentir-se culpada e também muito envergonhada.
Ao mesmo tempo, leva a criança a pensar que, se contar, ninguém irá acreditar em si, pois não existem provas e será apenas a sua palavra contra a do adulto. A ausência de indícios e a crença de que não será credível levam a criança a manter-se em silêncio.
Muitos agressores também induzem medo e ameaçam a criança que, com receio de eventuais consequências negativas, para si mesmas ou para outras pessoas, refugia-se no segredo.
Por isso, dizemos que a violência sexual é como uma teia de silêncio, na qual a vítima se sente aprisionada e sem saída. O adulto de quem tantas vezes gosta e em quem confia revela-se, afinal de contas, uma pessoa com duas caras, que assume dois papeis distintos.
É importante compreender as dinâmicas do segredo e as razões pelas quais tantas vítimas se mantêm em silêncio. Só com esta compreensão poderemos, depois, estar preparados
É importante compreender as razões pelas quais tantas vítimas se mantêm em silêncio
para escutar as vítimas que revelam e pedem ajuda, sem as culpabilizar nem emitir juízo de valor.
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