Correio da Manha

Montenegro prepara estratégia à Cavaco

POSIÇÃO Novo Governo terá um perfil ativo, combativo e com capacidade para liderar a agenda política ªOBJETIVO Ideia central é deixar para a oposição o risco e a responsabi­lidade de chumbar as medidas do Executivo

- António Sérgio Azenha

uLuís Montenegro prepara-se para adotar uma estratégia política semelhante à definida por Cavaco Silva no seu primeiro Governo, em 1985, quando ganhou as eleições legislativ­as com menos de 30% dos votos. A ideia central é apostar num Executivo com um perfil político forte e capacidade para liderar a agenda com medidas destinadas a melhorar a vida das famílias, deixando para a oposição o risco e a responsabi­lidade política de chumbar medidas que sejam favoráveis para o País.

O modelo de governação que começa a ganhar força é o Executivo liderado por Cavaco Silva, entre 1985 e 1987. “O modelo de Governo é o primeiro de Cavaco

Silva: um Governo muito ativo e combativo”, afirma um alto dirigente do PSD. Que acrescenta: “Há todo o espaço para começar a trabalhar no primeiro dia e tomar medidas.”

No seu primeiro Executivo, Cavaco Silva governou entre novembro de 1985 e abril de 1987: ao fim de 18 meses de governação, Cavaco Silva foi derrubado por uma moção de censura apresentad­a pelo antigo Partido Renovador

Democrátic­o (PRD), do antigo Presidente da República Ramalho Eanes, mas depois ganhou as eleições legislativ­as, em julho de 1987, com 50,2% dos votos, naquela que foi a sua primeira maioria absoluta. Montenegro pretenderá também apostar numa estratégia política que lhe permita alcançar a maioria absoluta em novas eleições legislativ­as, se o Governo for derrubado pela oposição.

No interior da AD, existe a convicção de que o Governo vai ter uma agenda política imediata. E parece consensual que a aplicação de medidas novas, ainda este ano, terá de ser concretiza­da até ao final de julho. Tudo porque, passadas as férias em agosto, surge o tempo da preparação final da proposta do Orçamento do Estado para 2025, o que, dados os escassos meses até ao final do ano, tornará mais difícil a aplicação de novas medidas.

Montenegro tomará posse como primeiro-ministro num contexto em que as contas do Estado estão equilibrad­as, tendo havido mesmo um excedente em janeiro deste ano, o que facilitará a aplicação de novas medidas que impliquem o aumento da despesa pública. As decisões dependerão também da evolução da execução orçamental das contas públicas, quer no que diz respeito à receita quer à despesa.

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