Marcelo quer cuidado especial em quatro pastas
DATA Tomada de posse será a 2 de abril GOVERNO Líder do PSD deixou para mais tarde decisão sobre Orçamento Retificativo
u O Presidente da República quer que Luís Montenegro tenha um cuidado especial na escolha dos nomes para ministro de quatro pastas: Negócios Estrangeiros, Defesa, Justiça e Administração Interna. Marcelo Rebelo de Sousa, segundo apurou o CM, já fez saber que é preciso submeter os candidatos a um escrutínio prévio à nomeação para o Governo, para evitar eventuais futuros conflitos de interesses, e, sobretudo, garantir que as escolhas têm um perfil adequado à especificidade de cada um dos ministérios.
O novo Governo, que deverá tomar posse no dia 2 de abril, vai enfrentar uma nova realidade geopolítica na Europa e no Mundo, com a guerra na Ucrânia e no Médio Oriente, o que vai colocar uma pressão acrescida nos Negócios Estrangeiros e Defesa. Na Justiça, continuam a dar polémica as várias investigações do Ministério Público nalguns processos-crime e as reivindicações de melhores salários por parte dos oficiais de Justiça. Na ordem do dia continuam as reivindicações dos
MONTENEGRO “REGISTA COM SATISFAÇÃO” ABERTURA DO PS PARA APROVAR RETIFICATIVO
polícias no que diz respeito ao suplemento de risco que não lhes foi atribuído, um problema para o futuro ministro da Administração Interna.
No Palácio de Belém, Luís Montenegro esteve ontem mais de uma hora e meia reunido com o Presidente da República, acompanhado pelo secretário-geral do partido, Hugo Soares, e o vice-presidente do PSD, Paulo Rangel, e também pelo presidente do
CDS-PP, Nuno Melo
À saída, deixou grande parte das respostas para mais tarde: “Todas as questões que tiverem a ver com o exercício da atividade do Governo serão tomadas, comunicadas e explicadas quando houver Governo”, disse o líder da AD quando questionado sobre um eventual Orçamento Retificativo. Porém, deixou um elogio a Pedro Nuno Santos, que abriu a porta à viabilização de mudanças no Orçamento: “Registei com satisfação o sentido de responsabilidade”, apontou o social-democrata.
Para uma futura governação, Montenegro espera formar um Executivo “com base na maioria constituída pelos deputados do PSD e CDS” e traçou as intenções para o futuro do País, já colocadas na campanha eleitoral: “Estamos focados nos problemas dos portugueses, na vida de cada cidadão que vive e trabalha em Portugal, respeitando a vontade do povo de promover uma mudança de Governo, de primeiro-ministro e de políticas”, sublinhou.
Ontem à noite, já depois das 23h00, Luís Montenegro voltou a Belém para ser indigitado como primeiro-ministro.