Justiça aperta cerco a Bolsonaro
CASO Ex-Presidente foi esta semana indiciado por falsificação do boletim de vacinas contra a Covid-19, crime que lhe pode valer até 15 anos de prisão CRIMES Antigo governante enfrenta outros seis processos no Supremo
u A Justiça brasileira continua a apertar o cerco a Jair Bolsonaro. Alvo de várias investigações, o ex-Presidente brasileiro foi esta semana formalmente indiciado pela Polícia Federal por falsificar o boletim de vacinas contra a Covid para poder entrar nos EUA, e deverá ser alvo de novas acusações nas próximas semanas. Só no Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro responde a outros seis processos, cujas investigações estão em fase de conclusão.
Além da falsificação do boletim de vacinas contra a Covid, que, se for condenado, pode acarretar-lhe uma pena de 15 anos de cadeia, Bolsonaro, que já foi tornado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral,
ACUSAÇÃO MAIS GRAVE É A DE TENTATIVA DE GOLPE DE ESTADO PARA SE MANTER NO PODER
enfrenta ainda acusações de se ter apropriado e vendido presentes oficiais, por crimes sanitários durante a pandemia por ter incitado as pessoas a não se vacinarem, por atacar o sistema eleitoral, por incentivar o ataque dos seus apoiantes às sedes de poder em Brasília, por interferir na
Polícia Federal para se proteger e aos filhos de investigações, e, na acusação mais grave, de ter planeado um golpe de Estado após perder as presidenciais de 2022. Os antigos comandantes do Exército e da Força Aérea, que não aderiram e inviabilizaram o golpe, confirmaram à Polícia Federal o plano de Bolsonaro, comprometendo-o de forma decisiva.
Ciente da gravidade da situação, Bolsonaro apelou ao Congresso para aprovar uma amnistia para si, aliados e seguidores acusados de crimes, afirmando ser vítima de perseguição política. Domingo, no Rio de Janeiro, Bolsonaro afirmou que o mundo está a desabar sobre a cabeça dele e, nos bastidores, tem confessado a aliados o medo de ser preso.