“Atuaram em grupo. Voaram pedras e garrafas contra a PSP”
CRIME Magistrada diz que suspeitos queriam atacar 200 adeptos do Benfica
Procuradora admite prisão efetiva para arguidos já punidos pela Justiça, como são os casos de `Macaco' e `Polaco' uAs alegações do Ministério Público duraram cerca de meia hora e terminaram com a procuradora a pedir que Fernando Madureira, o cabecilha conhecido por `Macaco', e outros oito elementos da claque dos Super Dragões sejam condenados a penas de prisão. Em causa está um ataque à PSP com pedras e garrafas, em maio de 2018, antes de um jogo de hóquei entre FC Porto e Benfica.
A magistrada admite que possa ser aplicada a prisão efetiva a arguidos que já foram condenados pela Justiça. Aqui enquadram-se `Macaco' e Hugo Carneiro, com a alcunha de `Polaco' e também detido na `Operação Pretoriano'. O cadastro ou a falta dele, diz a procuradora, deve servir também para decidir aplicar eventuais penas suspensas ou multas a outros suspeitos. “Os arguidos atuaram em grupo, de forma organizada. Agiram em comunhão de esforços. Foi uma situação marcante para os agentes que lá estavam, voaram garrafas e pedras contra a PSP. Existiam tochas e muito fumo. São factos que têm gravidade e que constituíram perigo”, disse a procuradora no Tribunal do Bolhão.
Durante as alegações finais, a magistrada salientou a importância dos depoimentos prestados por quatro polícias no julgamento. Afirmou que três deles conseguiram reconhecer grande parte dos arguidos. Também as imagens de videovigilância foram essenciais para a acusação, que sustenta que os arguidos queriam fazer uma emboscada a cerca de 200 adeptos benfiquistas, junto ao metro
`MACACO' IDENTIFICADO PELAS CALÇAS E SAPATILHAS. DEFESA PEDE A ABSOLVIÇÃO
do Estádio do Dragão, mas encontraram a PSP pela frente. “A indumentária foi essencial para se ligar os arguidos a determinado local e depois os colocar no Dragão Caixa. Isto aconteceu com Fernando Madureira, que não tinha a face destapada, mas foi identificado pelas calças e sapatilhas”, lembrou a magistrada.
A defesa de Madureira tem visão diferente. Diz que não foi feita prova de que o chefe dos Super Dragões tivesse cometido “qualquer ato de preparação ou execução” e que não existiu premeditação. O seu advogado pediu assim a absolvição. O mesmo aconteceu com a defesa de Hugo `Polaco' e de outros quatro arguidos. Apenas os advogados de três suspeitos admitiram a aplicação de multas.