“Foi o herói e salvou as 12 pessoas dentro do cesto”
George, o homem que morreu aos 55 anos ao abandonar balão de ar quente que estava amarado na barragem, deixa quatro filhos
u “O George foi o nosso herói, salvou as 12 pessoas que ficaram dentro do cesto. Devemos-lhe a nossa vida.” A namorada do homem, de 55 anos, que morreu domingo num trágico voo de balão de ar quente, no Alqueva, é perentória: “Se não fosse ele, a desgraça tinha sido maior”, conta Alexandra Santos, que ao CM relembra os momentos que antecederam a morte.
Terá sido a descida abrupta e não planeada a precipitar o desfecho, levando o homem a atirar-se à agua - alegadamente a pedido do balonista, com “outros dois ou três homens”, para empurrar o cesto até à margem. O balão ficou mais leve, recuperou altitude, mas voltou a amarar.
Só George não regressou para o cesto. “Perdemo-lo de vista quando estava a dois metros da margem”, recorda. A localização foi transmitida à equipa que em terra apoiava a viagem. O alerta, via 112 aos Bombeiros de Mourão, dava conta de que um dos passageiros havia caído à água. Quando os operacionais chegaram a vítima já estava na margem, sem vida. O balão, em que seguiu a namorada, aterrou num olival privado. “À chegada fiz questão de brindar ao George, que foi um herói”, conta Alexandra. Foi surpreendida pela notícia da morte quando já estava no autocarro, pensava que a poucos minutos do reencontro. O homem, de Lisboa, deixa quatro filhos.
A morte está a ser investigada pelo Ministério Público. A empresa que organizou o passeio recusa tratar-se de “acidente aeronáutico” e garante que o homem saiu voluntariamente do balão.
NAMORADA SÓ SOUBE JÁ NO AUTOCARRO. MINISTÉRIO PÚBLICO ABRIU UM INQUÉRITO