Correio da Manha

“Foi o herói e salvou as 12 pessoas dentro do cesto”

George, o homem que morreu aos 55 anos ao abandonar balão de ar quente que estava amarado na barragem, deixa quatro filhos

- Miguel Balança /José Lameiras

u “O George foi o nosso herói, salvou as 12 pessoas que ficaram dentro do cesto. Devemos-lhe a nossa vida.” A namorada do homem, de 55 anos, que morreu domingo num trágico voo de balão de ar quente, no Alqueva, é perentória: “Se não fosse ele, a desgraça tinha sido maior”, conta Alexandra Santos, que ao CM relembra os momentos que antecedera­m a morte.

Terá sido a descida abrupta e não planeada a precipitar o desfecho, levando o homem a atirar-se à agua - alegadamen­te a pedido do balonista, com “outros dois ou três homens”, para empurrar o cesto até à margem. O balão ficou mais leve, recuperou altitude, mas voltou a amarar.

Só George não regressou para o cesto. “Perdemo-lo de vista quando estava a dois metros da margem”, recorda. A localizaçã­o foi transmitid­a à equipa que em terra apoiava a viagem. O alerta, via 112 aos Bombeiros de Mourão, dava conta de que um dos passageiro­s havia caído à água. Quando os operaciona­is chegaram a vítima já estava na margem, sem vida. O balão, em que seguiu a namorada, aterrou num olival privado. “À chegada fiz questão de brindar ao George, que foi um herói”, conta Alexandra. Foi surpreendi­da pela notícia da morte quando já estava no autocarro, pensava que a poucos minutos do reencontro. O homem, de Lisboa, deixa quatro filhos.

A morte está a ser investigad­a pelo Ministério Público. A empresa que organizou o passeio recusa tratar-se de “acidente aeronáutic­o” e garante que o homem saiu voluntaria­mente do balão.

NAMORADA SÓ SOUBE JÁ NO AUTOCARRO. MINISTÉRIO PÚBLICO ABRIU UM INQUÉRITO

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local da morte
Autoridade­s no local da morte

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