Correio da Manhã Weekend

SOCIEDADE: ÓBITOS. DIA 5 DE AGOSTO DESTE ANO FOI O SEGUNDO DIA MAIS MORTÍFERO DESDE 2009, COM 505 MORTOS.

BALANÇO r Dia 5 deste mês ultrapasso­u o número máximo de mortes registado num dia de verão ORIGEM r Valores extremos de temperatur­as registados estão associados ao pico de mortalidad­e

- FRANCISCA GENÉSIO

Odia 5 deste mês fica marcado como o segundo dia mais mortífero desde que há registo na plataforma eletrónica Vigilância de Mortalidad­e, do Ministério da Saúde, com dados desde 2009.

Só nesse dia morreram 505 pessoas, mais 254 do que no mesmo dia do ano passado. Deste total, quase 74% tinha idade igual ou superior a 75 anos e 86% morreu devido a causas naturais. A maioria dos óbitos foi registada na região de Lisboa e Vale do Tejo (240), seguido da região Norte (117) e Centro (86).

Os valores extremos de temperatur­as a que todo o País este- ve sujeito poderão estar na base deste aumento do número de óbitos. “Com temperatur­as tão elevadas como as que se registaram, é claro que tinha de haver repercussõ­es no nosso corpo e portanto este número de óbitos era expectável”, disse ao CM Graça Freitas, diretora-geral da Saúde.

O dia anterior (sábado, dia 4), foi o dia mais quente do século XXI, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) . A localidade de Alvega, noconcelh ode Abrantes, chegou aos 46,8 graus. No dia 4, em 73 das 96 estações meteorológ­icas monitoriza­das pelo IPMA, a temperatur­a dos termómetro­s foi igual

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ou superior a 40 graus. A cidade de Lisboa, à semelhança de mais 24 localidade­s portuguesa­s, ultrapasso­u o seu próprio recorde absoluto, registando 44 graus até às 17h00.

O número de óbitos registado no dia 5 deste mês é apenas ultrapassa­do pelo valor registado no dia 2 de janeiro de 2017, que correspond­e ao recorde da mortalidad­e em Portugal: 578 óbitos. Atrás do dia 5 de agosto, fica agora o dia 8 de julho de 2013, que era até então o dia mais mortífero de verão, registando 498 óbitos. Também o dia 8 de agosto de 2003 entra nas contas. Portugal foi assolado por uma onda calor e foram contabiliz­ados 464 óbitos.

TEMPERATUR­A MAIS ALTA FOI DE 46,8º C EM ALVEGA, CONCELHO DE ABRANTES

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Maioria das mortes registada diz respeito a pessoas com idade igual ou superior a 75 anos e 86% morreu devido a causas naturais, segundo a plataforma online

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