População com medo de grande terramoto
RECEIO r A frequência de pequenos sismos, mais de vinte em dez dias, está a assustar os habitantes NOVIDADE r IPMA garante atividade sísmica normal, mas com epicentro em zonas habitadas
No início, parecia uma brincadeira, mas isto está a ficar sério. É que, em pouco tempo, já sentimos mais de vinte abalos e lá vem um dia que somos vítimas de um grande terramoto”. A afirmação é de José Araújo, morador em Pico de Regalados, epicentro do sismo de 2,9 na escala de Richter, sentido ontem ao final da manhã nessa zona do concelho de Vila Verde, e que é partilhada por muitos.
A população começa a estranhar a frequência dos abalos: mais de vinte registados desde o
EPICENTRO EM ZONA HABITADA FEZ COM QUE SISMO FOSSE SENTIDO
início do mês, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Os técnicos e especialistas asseguram que se trata de uma atividade sísmica normal para a zona, mas a população diz não se lembrar de sentir tantos tremores de terra em tão curto espaço de tempo.
“Foi um estrondo bastante forte e até nos assustámos. Estavam várias pessoas no talho e fomos para a rua, a pensar que tinha sido um carro, mas depois é que percebemos que era um sismo. Isto está a acontecer muitas vezes em Vila Verde e estou preocupado”, disse ao Correio da Manhã o comer- ci ante Alexandre Afonso.
Fernando Carrilho, geofísico do IPMA, diz que se trata de uma “situação normal”, com a novidade de o epicentro destes sismos ter tido lugar em zonas habitadas, o que fez com que fossem mais sentidos pelas populações.
O Norte de Portugal é uma zona de perigosidade baixa, ao contrário de Lisboa e do Algarve, mas não está livre de ser atingida por um forte abalo.