O Seagal de Putin
Nunca me agradaram as pessoas que mudam de nacionalidade por conveniências fiscais, financeiras ou políticas. Nunca me pareceram ser razões bastantes para que se sacrifique o vínculo patriótico que liga o cidadão à pátria. Por isso não gostei de ver o grande actor Gérard Depardieu a trocar a França pela Rússia. E nem sequer gostei de o ver fazer de Estaline no filme realizado por Fanny Ardant.
Agora chega a notícia de que Steven Seagal, actor medíocre e neto de judeus russos, aceitou, já com a nacionalidade russa, ser um representante especial do governo de Moscovo. Protagonista de filmes de acção e guitarrista quase sem história, Seagal é apoiante declarado de Putin, que considera um dos grandes líderes mundiais, e de Trump, que quis ver na Casa Branca. Em comum, o actor e o Presidente russo têm o amor às artes marciais e, provavelmente, uma visão do mundo que pouco tem a ver com uma democracia que defenda os valores da tolerância e da paz. Recebeu passaporte russo em 2016. Mas não se tornou nem tornará um actor aceitável.