Objetivo? “Passeios à Medida” de todos
Grupo de cidadãos portadores de paralisia cerebral elaborou projeto de eliminação das barreiras arquitetónicas que integrou o orçamento participativo de Gondomar.
Denominado “Passeios à Medida”, o projeto, segundo João Cottim Oliveira, que lidera a APPC - Associação do Porto de Paralisia Cerebral, «nasceu no seio das reuniões que os 32 residentes na Villa Urbana, em Valbom», em Gondomar, realizam semanalmente – osresidentesdavillaurbanadividem-se entre nove mulheres e 23 homens, residindo alguns em apartamentos individuais e outros em partilha, num total de 16 habitações entre T1 e T3.
«A ideia é sensibilizar a câmara de Gondomarparaaelaboraçãodeumdecreto-lei que defina as medidas dos passeios públicos, deixando assim aberta a possibilidade de acesso aos serviços públicos, cafés, bancos e hipermercado a quem tem de deslocar-se em cadeiras de rodas», esclareceu o presidente da instituição à Lusa. Apesar de 2017 ser ano de eleições autárquicas, João Cottim Oliveira diz não ter «muita esperança no sucesso do projeto apresentado à câmara», preferindo pensar que «irá ser conseguido pela via negocial e da participação».
Argumentando ser princípio da APPC «a inclusão», porque procura que toda a comunidade possa parti- cipar, o presidente da associação apontou ainda o problema dos «transportes públicos, que continuam a não estar preparados, apesar dos apelos, para darem acesso a quem tem de deslocar-se em cadeiras de rodas».
Desde 2003
Implantada naquela cidade nos arredores da cidade do Porto desde 2003, a Villa Urbana não acolhe apenas indivíduos portadores de paralisia cerebral, disponibilizando também à comunidade os serviços de creche, ATL e uma piscina. «Quando viemos viver para cá havia muitas barreiras ao nível da mentalidade», explica António Magalhães, responsável da comissão de moradores local, apontando o dedo «a quem, com o passar do tempo, prometeu a colocação de rampas para acesso aosserviçospúblicosenuncacumpriu».