Medo de interagir afeta os estudos
Forma extrema de ansiedade interfere na capacidade de agir, de falar, de pensar, afetando a qualidade de vida diariamente. Os exames escolares não são exceção.
Palpitações, tremores, transpiração excessiva, falta de ar, tensão muscular, boca seca, gaguez, náuseas, dor de cabeça, urgência urinária, rubor facial ou rosto avermelhado. São estes os sintomas físicos que podem acompanhar a fobia social, mas os mais frequentes são o medo persistente, intenso e extremo e a necessidade irracional de fuga em situações que envolvam uma interação com outras pessoas.
Esta doença, que deverá afetar 7,1% da população, segundo as estimativas mundiais, tem um efeito constante e imediato na vida de quem sofre com esta forma de ansiedade extrema. Daí que, para os jovens estudantes com fobia social, a época de exames seja um fator de stress extra. Nomeadamente as provas orais.
«Muitos preferem faltar aos exames orais ou desistir para não serem confrontados com o medo de falar em público, de serem avaliados negativamente ou de se sentirem humilhados», explica ao Destak o presidente da Associação Cérebro & Mente. O psiquiatra Joaquim Cerejeira lamenta que, embora muito frequente em idade escolar, esta doença continue «a ser desvalorizada, comprometendo o diagnóstico precoce».
Pais devem estar atentos
O tratamento da fobia social é fundamental para que a autonomia do doente não seja definitivamente comprometida e deve passar por uma abordagem cognitivo-comportamental, que inclua acompanhamento psicológico e psiquiátrico. Para isso, a prevenção é fundamental.
«Geralmente, a fobia social manifesta-se logo na infância. Os pais devem estar atentos quando as crianças demonstram preocupação em excesso em ir para a escola ou sentem ansiedade exagerada na véspera dos exames.» A deteção e diagnóstico atempados são o segredo para que o rendimento escolar não seja afetado.