‘Uma Autobiografia’ da icónica Rita Lee
Bem ao jeito da forte personalidade da sua autora, não se podia esperar outra coisa: um livro sem filtros.
Os excessos, a família, os tempos da ditadura e a vida em palco são recordados pela artista brasileira Rita Lee numa autobiografia que sai hoje em Portugal, com prefácio de Rui Reininho. Em Uma Autobiografia, com selo da Contraponto, Rita Lee conta episódios da vida familiar e artística, encadeando curtas histórias ao longo de 300 páginas, ilustradas por várias fotografias.
Editado no Brasil em 2016, o livro acompanha o crescimento e envelhecimento de uma das figuras do rock brasileiro, hoje com 69 anos, com re- ferências à censura no Brasil, uma passagem pela prisão, a vida na estrada com os Mutantes – um dos maiores grupos de rock psicadélico nascidos no Brasil –, a carreira a solo e o ativismo em defesa dos animais.
Passagem pelo Villaret
Entre as dezenas de curtos episódios relatados, quase sem referências a datas, Lee recorda uma das primeiras passagens por Portugal, quando os seus Mutantes deram um concerto no Teatro Villaret, em Lisboa, na primeira parte de uma atuação de Edu Lobo. «Nossa apresentação até que rolou legal, apesar de o público português pensar que éramos argentinos», recorda Rita Lee, acrescentando que no final do concerto cortaram os cabos de eletricidade, boicotando a atuação de Edu Lobo.