Destak

«Como a cerveja é à base de cereais, o cavalo vem logo tentar perceber se há por ali algo familiar»

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embora sejam medíocres, vendem. Precisamen­te porque foram promovidos até à exaustão. Pelo contrário, há filmes que são muito bons mas que, se não forem divulgados, ninguém vai ver. É como se o ator tivesse que inventar uma personalid­ade diferente só para poder vender o filme. Cabe ao ator encontrar coerência entre tudo. Não faz sentido andar a promover-se como sendo indivíduo conservado­r e tradiciona­l para, mais tarde, se vir a saber que a carreira dele começou num clube de striptease. No meu caso é simples. Sempre que regresso ao Alabama, toda a gente ainda faz pouco de mim. Os amigos, a família. Nada mudou. Não corro o risco de, um dia, dar comigo a pensar: “Oh, acho que já não consigo ser quem sou realmente”.

Gosto muito, sempre sem qualquer pulsão ou assédio, de acompanhar todos os pormenores domésticos, ou mesmo íntimos, divulgados na sua página de Instagram. É mesmo verdade que, lá na herdade, o cavalo de estimação bebe cerveja diariament­e?

É verdade. Disse que o Smokey adora cerveja. O que se passa é que, porque a cerveja é uma bebida feita à base de cereais, o cavalo vem logo à minha mão tentar perceber se há por ali algo que lhe seja familiar. Para além do Smokey, a herdade – comprámos vários hectares na zona de Ojai, natureza aberta e maravilhos­a – tem ainda outro cavalo que é um refugiado a empréstimo, cinco cabras, dois cães, uma dúzia de galinhas.

Como é que a sua esposa se dá com a fama do marido? Sei que há uma criança no ninho. Imagino que uma boa parte do tempo dela já não é passado a trabalhar como atriz…

Ela está a passar por uma fase muito boa da carreira. Tem, entre muitas outras ocupações na sua agenda artística, um papel recorrente na série Supergirl. Mas há, naturalmen­te, algumas contradiçõ­es em Hollywood. Por vezes chego a casa e digo que passei o dia a aprender certos passos de dança. Eis que ela olha para mim como se estivesse a dizer “Mas eu sei fazer isso, se calhar melhor que qualquer outro dançarino nesta cidade!”. Há momentos frustrante­s, especialme­nte quando sou chamado para fazer algo que nunca fiz antes, tendo ali ao lado alguém que é especialis­ta. Seja como for, estamos constantem­ente a falar disso. Acordamos juntos todos os dias e ela sabe o que penso sobre o assunto. Para nós, o problema não existe. Mas, claro, estamos por den- tro. Os tablóides estão de fora, não sabem.

Há mais alguma coisa, sobre essas manhãs passadas em conjunto, que os tablóides não estejam a divulgar devidament­e?

«Foi num filme dos irmãos Coen que, pela primeira vez, consegui imaginar como era a vida nos anos de ouro»

Uma pergunta que me faço com frequência é: “Channing, deste-te ao trabalho de lhe fazer o almoço? Não. Ok, tudo bem”. E lá vou eu à loja, comprar qualquer coisa. Nisso, terei de admitir: nunca sou eu a fazer o almoço. É sempre ela a tratar do assunto. Ou seja, ela terá, provavelme­nte, este problema como razão de queixa.

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