Licença sabática fora do alcance
Melhorar a saúde mental e escapar ao stress laboral são os principais motivos apontados para uma licença sem vencimento, desejada por 76% dos portugueses.
Três em quatro portugueses gostariam de passar um período sabático, enquanto 21% não são recetivos a essa ideia. No entanto, apesar do desejo, 48% dos cidadãos nacionais admitem não ter possibilidade de tirar uma licença sem vencimento.
A conclusão consta de um estudo feito pela edreams, consultado pelo Destak, a participação de mais de 12 000 consumidores de Portugal, Reino Unido, França, Alemanha, Suécia, EUA, Itália e Espanha. O curioso é que os portugueses distinguem-se dos restantes europeus no motivo apontado para a folga laboral: 45% pretendiam melhorar a saúde mental, quando escapar ao stress laboral é a principal razão nos outros países (35% em Portugal).
Viajar com companheiro ou conjugue (31%), viajar com toda a família (30%) e tirar um curso/aprender uma nova competência(26%) são outras motivações que convencem os portugueses. Seguem-se melhorar a saúde física (25%), reavaliar a carreira (25%), ganhar experiência noutra área (24%), planear um novo negócio (22%) e fazer voluntariado (21%).
Muitos dos inquiridos em Portugal (45%) consideram que uma eventual licença sabática não teria grande impacto na empregabilidade, embora 30% acreditem que as suas hipóteses de vir a ganhar mais no futuro aumentariam. Refira-se que, para quem está empregado em Portugal, a licença sem vencimento depende sempre de acordo com a empresa, que só em casos muito concretos pode recusar a pretensão do funcionário – nomeadamente quando envolve formação.
No entanto, em Portugal esta prática é pouco comum. Até mesmo entre os jovens o chamado gap year – tirar um ano entre o término do ensino secundário e a entrada na universidade – tem pouca adesão. Entre as classes profissionais, os professores universitários são aqueles que mais tiram licenças sabáticas.