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«O pior dia do ano» a meio de outubro

Mais de 440 fogos, 25 pessoas feridas, várias habitações e outras infraestru­turas ardidas e dezenas de povoações evacuadas. Alerta vermelho até às 20h de hoje.

- JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

Portugal viveu ontem «o pior dia do ano em matéria de incêndios». O balanço foi feito às 17h30 pela adjunta de operações nacional da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC) e dava conta de uma situação em que os bombeiros não tiveram mãos a medir. Um mar de chamas que se mantinha à hora de fecho desta edição.

Pelo menos 443 fogos foram registados e 25 pessoas ficaram feridas (17 bombeiros, seis civis e duas pessoas não identifica­das). Quinze povoações tinham sido evacuadas ao fim do dia mas o número provavelme­nte terá aumentado noite dentro. Não havia um registo fidedigno, mas autoridade­s e populares foram garantindo que várias habitações arderam. O mesmo aconteceu ao parque de campismo da Praia da Vieira, na Marinha Grande.

Às 19h30, por exemplo, cerca de duas dezenas de grandes incêndios estavam ativos, mobilizand­o quase 2500 operaciona­is, 730 meios terrestres e três meios aéreos. Em termos gerais, pouco depois das 22h, o site da Proteção Civil dava conta de 220 fogos rurais ativos, combatidos por 6830 elementos e 2027 veículos.

Mais de 20 estradas foram cortadas devido a incêndios, entre elas as autoestrad­as A1, A11 e A25. As linhas do Norte e da Beira Alta foram cortadas entre Aveiro e Oiã e entre Mortágua e Santa Comba Dão, respetivam­ente. Lousã, Alcobaça, Seia, Vale de Cambra e Monção foram algumas das localidade­s mais afetadas, levando alguns autarcas a decretar o estado de emergência.

O cenário dantesco que se abateu sobre o País a 15 de outubro, muito para além do habitual período crítico, motivou uma reunião de emergência da Autoridade Nacional de Proteção Civil, presidida pela ministra da Administra­ção Interna, onde foi acionado o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.

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Milhares de homens e mulheres estiveram ontem a combater um mar de chamas

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