Tasca rasca
Há meses, António Simões, em plena Benfica TV foi categórico. Disse que não se revia nos comentários de um determinado sujeito, logo secundado por Bagão Félix, que até não se eximiu a nomear Pedro Guerra. Simões é uma das maiores referências do historial vermelho, tantas vezes laureado enquanto atleta e, agora, visto como um senador do futebol lusitano. Bagão integra o naipe de intelectuais opinativos do Benfica, pautando a sua orientação pela enorme paixão rubra, mas também pela serenidade e sapiência, predicados que o prestigiam até na avaliação dos oponentes. Há dias, ainda na Benfica TV, Luís Filipe Vieira afirmou que Pedro Guerra «não percebe nada de futebol» e caricaturou a personagem. O líder do grande clube da Luz tem sido insistente no apelo à união da família benfiquista, não se coibindo também de enfatizar a qualidade dos quadros do clube. Guerra não é funcionário do Benfica, não é remunerado? Guerra não fratura o Benfica, não é contemptível?
Guerra, de tão arruaceiro, demagógico e feudatário é um corpo estranho à cultura do Benfica. Os seus interlocutores no mesmo espaço televisivo adotam semelhante procedimento?
Se o fazem, não são, pelo menos, assalariados do Sporting ou do FC Porto. Guerra concorre para as frequentes conversas de tasca rasca, violando os mais sagrados valores da maior instituição desportiva nacional. Desautorizado publicamente pelo presidente, com esse
«não percebe nada de futebol», Guerra continua na sua cruzada de histeria zaragateira. Como pode representar alguém se não sabe, lastimosamente, representar a si mesmo? Qualquer pessoa, com o mínimo de amor-próprio, depois da intervenção de Luís Filipe Vieira, dedicar-se-ia a outros mesteres.
Guerra só pode ser um alpinista sem vergonha. Que envergonha o Benfica, que envergonha o futebol.