Destak

O cabotino

- JOÃO MALHEIRO Jornalista

Sempre citei Einstein e a sua «duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana; mas em relação ao universo, não tenho a certeza absoluta». Sempre citei também Confúcio e a sua «somente os extremamen­te sábios e os extremamen­te estúpidos é que não mudam». Sempre citei Millor Fernandes e a sua «errar é humano, ser apanhado em flagrante é burrice». O Benfica, com a cumplicida­de dos seus e de outros órgãos de informação, pariu uma excrescênc­ia. A vida é, amiudadas vezes, pouco gentil. A vida é, amiudadas vezes, muito ingrata. Até a formusura pode parir uma agrura. Até a majestade pode parir uma disformida­de. Ao Guerra há quem qualifique de cabotino, há quem qualifique de cretino, há quem qualifique de desatino. Ao Guerra há quem classifiqu­e de aldrabão, há quem classifiqu­e de charlatão, há quem classifiqu­e de canastrão. Ao Guerra há quem catalo- gue de idiota, há quem catalogue de chacota, há quem catalogue de batota. Por que será que provoca um hino? Por ser desatino? Por ser cretino? Diz-se que o Guerra se deixa tratar por doutor, que o Guerra se deixa destratar, que o Guerra se deixa humilhar. Diz-se que o Guerra não passa de um puxa-saco, que o Guerra não passa de um fraco, que o Guerra não passa de um velhaco. Diz-se que o Guerra é uma traição que magoa a televisão. Diz-se que o Guerra só complica o Benfica. Diz-se que o Guerra é um anzol para lesar o futebol.

Por isso, também se diz que esse anedótico Guerra merece guerra, que esse alpinista Guerra merece guerra, que esse emplastro Guerra merece guerra. A guerra da verdade, a guerra da dignidade, a guerra da sanidade. Será que o Benfica quer continuar sem rei e sem roque? Quer continuar a reboque? Será que o Benfica quer continuar sem eira e sem beira?

Quer continuar sem Vieira?

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