Um possível clássico da surpresa

Estranho, ainda que menos que um dérbi se jogar às 21h30 de uma quarta-feira, é perceber que depois de tantas críticas, de tantas preocupações, de tanto bate-boca, o Benfica pode acabar a próxima jornada na frente do campeonato. É preciso que os astros se alinhem, claro, ou seja, é preciso que o Benfica ganhe ao FC Porto no dérbi de amanhã e que antes disso o Sporting não ganhe ao Belenenses no jogo que abre a jornada. E eu já vi coisas mais improváveis a acontecerem.

Pois bem, isso prova várias coisas, uma delas é que este Benfica, mesmo não jogando o melhor futebol do Mundo, dá para consumo interno e que os deslizes de FC Porto e Sporting em jogos de vitória obrigatória (leia-se Aves e Moreirense, respetivamente) poderão ter um preço bem alto. Diz-nos também

«Dificilmente este campeonato não será equilibrado até ao fim»

que dificilmente este campeonato não será equilibrado até ao fim – e, quem sabe, com Sp. Braga também metido ao barulho. E diz-nos que por muito que a ideia de jogo de Rui Vitória não seja algo que se consiga colocar por palavras, a qualidade individual do Benfica pode resolver muitos problemas. Porque Jonas marca a cada duas oportunidades, porque Fejsa é o homem que não deixa passar e ajuda a começar e porque entretanto emergiu Krovinovic, um daqueles números 8 de veludo, que mal se nota em campo, mas que tem influência em tudo, que faz a bola rodar, para aqui e para acolá, sem que qualquer passe seja a mais. E por isso ainda é mais incompreensível que Gabriel Barbosa esteja nos elegíveis para a Liga dos Campeões e que o nome deste croata não se possa ler na lista.