Destak

«Estatelava-me na cama às 8 da noite e só acordava às 5 da manhã. Nunca dormi tão bem»

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Não podíamos fingir a esse ponto. Tinha de haver autenticid­ade. Perdi imenso peso. Fui forçada a recorrer a muitas vitaminas, a muitos sumos, a muita canja e a muito sono. Estatelava-me na cama às 8 da noite e só acordava às 5 da manhã.

Por causa da altitude e do ritmo das filmagens, nunca dormi tão bem.

Para além de a história ser um daqueles casos de grande emoção, risco, intensidad­e e suspense, qual foi a razão que a levou a aceitar esta personagem?

Foi a primeira vez em que me senti não só atraída pela minha personagem mas, também, pela personagem do homem. Senti-me atraída por ambas. A razão era simples: nunca tinha visto um desenvolvi­mento assim. O que temos ali são duas pessoas que começam a viagem pensando que são determinad­a coisa. Pensam que sabem quem são. Mas a transforma­ção é intensamen­te dramática e brutal. No fim, é-lhes impossível regressar ao que tinham sido antes. Foi isso que achei emocionant­e, forte, credível.

Chegou a mudar a sua perceção do ambiente natural, uma vez que a imersão nos elementos foi constante?

Acho que estamos todos a tomar mais conta do ambiente. Senti, apenas, que o meu cuidado foi reforçado no dia a dia. Senti-me mais humilde ainda. É tudo tão magnífico e lindíssimo. E aterrador. O que este trabalho me proporcion­ou foi a possibilid­ade de aproveitar e admirar o mundo em que vivemos. Nunca tinha visto a natureza deste ângulo. Não alterei a minha sensibilid­ade face à natureza. Amplifique­i aquilo que já sentia.

Acredita na perfeição?

Não sei se perfeição é uma palavra que uso com frequência. Aquilo que digo aos meus filhos é que essa tal ideia de perfeição não existe. Não quero que eles queiram atingir um estado considerad­o ideal mas que, se calhar, não existe.

Em situações desse tipo, o que gosto é de estar preparada. Chamo a isso profission­alismo. Não se trata de atingir um determinad­o conceito de perfeição mas em dar apoio a todos os que me rodeiam. É importante não desistir até que seja tentada cada uma das opções ao nosso dispor. Quero que cada cena seja feita tão bem quanto possível. Quero que tudo seja o mais credível. Mas, garanto, essa bitola só se aplica ao trabalho. Na minha vida de todos os dias o que fica à vista é totalmente diferente.

Ficou com mais ou menos vontade de viajar de avião depois de um filme assim? O risco é algo que a atraia?

Não sou o tipo de pessoa que gosta de correr riscos. Acho que, para correr riscos, teria de ser indomável ou o tipo de pessoa que não avalia bem as

«Não alterei a minha sensibilid­ade face à natureza, ao vê-la por este ângulo. O que já sentia foi amplificad­o»

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