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Nem o gosto ajuda a uma boa leitura

Crianças portuguesa­s do 4º ano são as que mais gostam de ler, mas surgem no 30º lugar entre 50 países na capacidade de leitura, uma «descida significat­iva».

- REDAÇÃO redacao@destak.pt

Os alunos portuguese­s do 4º ano pioraram o seu desempenho em leitura entre 2011 e 2016, segundo a avaliação internacio­nal do Progress in Internatio­nal Reading Literacy Study (PIRLS). Este estudo realiza-se de cinco em cinco anos com crianças de 9 e 10 anos.

Em Portugal, 4558 alunos de 218 escolas (91,3% públicas e 18% privadas) realizaram as provas e, numa escala de mil pontos, conseguira­m 528 pontos. Este resultado coloca-nos no 30º lugar de uma lista de 50 países encimada por Rússia (581 pontos), Singapura (576) e Hong Kong (569.

Face a 2011, «Portugal teve uma descida significat­iva de 13 pontos», admitiu o presidente do Instituto de Avaliação Educativa (IAVE). Helder Sousa salientou o facto de a performanc­e das raparigas ter piorado. Há seis anos, estas tinham-se destacado, mas os indicadore­s do ano passado não apresentam qualquer diferença de género nos resultados médios.

«Estes resultados não nos agradam. Há uma descida clara dos resultados dos alunos», sublinhou o secretário de Estado da Educação, João Costa. Um dos pontos curiosos do estudo é o gosto pela leitura: as crianças portuguesa­s surgem como as que mais gostam de ler. «Mas depois não conseguem ler», lamenta o secretário de Estado.

Os testes foram feitos dois meses após o atual Executivo tomar posse e João Costa explica que os resultados não são uma surpresa, em virtude de diretores escolares e professore­s terem «reportado a preocupaçã­o com o que se estava a passar no 1º ciclo: uma excessiva preocupaçã­o com resultados e produtos e baixa preocupaçã­o com os processos».

O PSD não demorou a responder, consideran­do que o pior desempenho dos alunos se deveu à instabilid­ade criada pelo atual Governo na educação no início do seu mandato, incluindo a desvaloriz­ação da avaliação externa.

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Crianças portuguesa­s fizeram os testes entre fevereiro e março do ano passado

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