Segundas habitações à espera de solução
Governo está a estudar uma alternativa com as autarquias e promete a mesma determinação na reconstrução das casas destruídas pelos fogos de outubro.
Ainda é uma área cinzenta, mas o primeiro-ministro garantiu ontem que o Governo está, em articulação com as autarquias, a estudar uma solução para as pessoas com uma ‘espécie de’ segunda habitação. Ou seja, aquelas vítimas que «residiam cá e lá», até porque a presença semanal das pessoas nas localidades «é muito importante para a dinamização» dos concelhos, explicou António Costa aos jornalistas.
No dia em que se assinalaram seis meses sobre o grande incêndio de Pedrógão Grande, o primeiro-ministro prometeu às vítimas de outubro «a mesma energia e a mesma determinação» após a tragédia de junho. Só que os fogos de 15 e 16 de outubro tiveram «consequências de uma dimensão muitíssimo superior. Não estamos a falar de 268 casas, estamos a falar de 1483 casas».
Tendo sido afetados 36 concelhos, numa «extensão muito grande», serão 75 milhões de euros para a reconstrução das habitações em vez de 10 milhões – as primeiras 159 estão já concluída e em obra. Como a solidariedade foi mais concentrada nos eventos de junho, desta fez a fatia maior do financiamento está a vir do Orçamento de Estado.
Também ontem foi revelado que o Executivo já analisou quase 22 mil candidaturas de agricultores afetados pelos incêndios de 15 de outubro, a que corresponde um apoio total superior a 60 milhões de euros.
A força dos números
Meio ano depois, António Costa disse ontem que 70% das casas destruídas em Pedrógão Grande estão recuperadas ou em obra. Recorde-se que este incêndio fez 66 mortos e 253 feridos, sete dos quais graves, destruiu meio milhar de casas e quase 50 empresas.
Foram devastados 53 mil hectares de território e o prejuízo direto calculado em 193,5 milhões de euros, a que se somam 303 milhões de euros para medidas de prevenção e relançamento da economia na região.