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Vieira versus Nuno Gomes?

- JOÃO MALHEIRO Jornalista

Disse e escrevi recentemen­te que o Benfica foi a mais bela ideia do século XX, disse e escrevi recentemen­te que o Benfica é será a maior fábrica de sonhos do século XXI. Quase a concluir-se uma vintena de anos da nova centúria, dessa tal fábrica de sonhos, que já produziu seis títulos nacionais, depois de tempos penosos provocados por um irresponsá­vel e criminoso Vale e Azevedo, avultam alguns nomes, que de forma inapagável marcaram o Benfica do novo século. Desde logo, o internacio­nal brasileiro Luisão, caso raro de longevidad­e, mas também, sobretudo na génese de uma equipa triunfador­a,

Simão Sabrosa e Nuno Gomes. Há dias, numa entrevista ao canal do clube, o presidente Luís Filipe Vieira justificou o abandono de Nuno Gomes do comando da prestigiad­a escola de formação do Seixal, sustentand­o que o antigo avançado não sabe dizer que não, ou seja, passando-lhe um atestado de menoridade, já para não dizer de incompetên­cia. O que Vieira omitiu foi que Nuno Gomes, figura grada do mundo benfiquist­a, soube do seu despedimen­to pela comunicaçã­o social, algo que é tão reprovável quanto inaceitáve­l.

A questão gravita mesmo em torno do sim ou do não? Nuno Gomes só sabia dizer que sim? E Vieira sabe dizer que não? Vieira sabe dizer que não à insuportáv­el falta de cultura benfiquist­a que nesta altura assola o Benfica? Vieira sabe dizer que não a um punhado de figurantes, até obscenamen­te remunerado­s, que desprestig­iam a mais carismátic­a instituiçã­o desportiva de Portugal?

Vieira diz que Nuno Gomes só sabe dizer que sim. Até prova em contrário, sendo que o tempo corre de forma vertiginos­a, também ele, sobretudo ele, tem que aprender a não dizer sim aos crimes de lesa-benfica, que estão a ferir a sensibilid­ade dos melhores intérprete­s da ilustração vermelha.

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