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Três em cada quatro habitações são frias

Gélidas no inverno, quentes no verão. Por isso, 99% dos portuguese­s dizem que as suas casas não são termicamen­te confortáve­is. E o consumo de energia dispara.

- JOÃO MONIZ Com Agência Lusa

Somente um em cada cem portuguese­s considera a sua casa termicamen­te confortáve­l. Esta é uma das principais conclusões de um inquérito realizado pela Quercus a cerca de mil cidadãos. Mas há mais dados que motivam reflexão: 74% consideram as suas casas frias no inverno e 25% dizem que são quentes no verão.

Daí que os gastos de energia para colmatar as necessidad­es de aqueciment­o sejam elevados, refere a associação ambientali­sta. Dos portuguese­s que apontam ter a sua casa fria no inverno, 35% recorrem a mais roupa e mais equipament­os para se aquecerem, 21% têm equipament­os para esse fim e 20% só fazem uso de mais vestuário.

No caso dos inquiridos que consideram a sua casa fria, 21% referem haver “um aumento significat­ivo” de energia -- de quase o dobro - para manter o conforto, 37% dizem não possuir qualquer isolamento em casa, quase a mesma percentage­m daqueles que diz não saber se a sua casa possui isolamento (35%). Só que um dos problemas é que a maioria das casas construída­s entre 1980 e abril de 2004 não tem caixilhari­a com ro- tura térmica, o que inviabiliz­a a eficácia dos vidros duplos.

Em 2003, um estudo internacio­nal concluiu que Portugal era dos países da UE onde mais se morre por falta de condições de isolamento e aqueciment­o nas habitações. Agora, um quarto dos inquiridos respondem que no seu lar há pessoas com problemas de saúde devido ao desconfort­o térmico, principalm­ente respiratór­ios e alergias.

Recorde-se que uma diretiva europeia determina que, a partir de 1 de janeiro de 2019, os novos edifícios públicos tenham necessidad­es quase nulas de energia. A mesma obrigação entra em vigor para os particular­es a 1 de janeiro de 2021.

Tarifa regulada de eletricida­de

Portugal conseguiu que a UE mantivesse por mais anos a tarifa regulada, que garante preços mais acessíveis.

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Sem alternativ­as como lareiras, portuguese­s usam equipament­os elétricos

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