Ex-presidente já foi constituída arguida
Paula Brito e Costa, que se vai manter em silêncio nos próximos dias, é suspeita de peculato, falsificação de documentos e recebimento indevido de vantagem.
Dezenas de inspetores da Polícia Judiciária (PJ) levaram ontem a cabo buscas judiciárias no âmbito das suspeitas que recaem sobre a presidente demissionária da associação Raríssimas. Paula Brito e Cunha já foi constituída arguida. Ao fim da manhã de ontem, o Ministério Público informou que deverá responder por peculato, falsificação de documentos e recebimento indevido de vantagem.
A habitação da, entretanto suspensa, diretora geral da Casa dos Marcos foi um dos locais passados a pente fino, tal como a unidade de saúde da Raríssimas e a sede da associação. Os inspetores da PJ deslocaram-se ainda ao gabinete do antigo secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, que se demitiu na sequência do caso denunciado por uma reportagem da TVI.
De acordo com a nota emitida pela Procuradoria-geral da República, «investiga-se, além do mais, a ilícita apropriação de recursos financeiros de IPSS com atividade na área da saúde, pela respetiva presidente, com recurso a procedimentos irregulares vários, o reembolso de supostas despesas incorridas no exercício dessas funções, através da apresentação de documentação com informações falsas, e o indevido pagamento, por essa IPSS, de viagens a titulares de cargos públicos».
«Inquéritos há muitos»
Terá sido o «clamor público» que motivou a «investigação rápida» aos alegados abusos cometidos por Paula Brito e Cunha, defendeu ontem o seu advogado. À saída da habitação da sua cliente, Pedro Duro salientou que «não é previsível» que sejam prestadas mais declarações nos próximos dias, nem por ele, nem pela «pessoa que reside nesta casa». Uma posição que só será alterada caso surjam novos desenvolvimentos, o que não deverá acontecer antes do início do próximo ano.
Como «inquéritos há muitos», «condenações, lá chegaremos», o advogado desvalorizou que a sua cliente seja agora arguida.