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Gestores querem revolucion­ar o SNS

Administra­dores hospitalar­es querem alterar o modelo de financiame­nto das unidades de saúde e melhorar a forma como estas estão organizada­s.

- JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

Adiscussão não é nova. O Serviço Nacional de Saúde (SNS) acompanha o ritmo da inovação ao nível terapêutic­o, mas está preso ao passado no aspeto organizaci­onal. E quem paga o preço é o utente, que não é tão bem servido como poderia ser.

Para inverter este ciclo vicioso, a Associação Portuguesa de Administra­dores Hospitalar­es (APAH) lança hoje o “3F -- Financiame­nto, Fórmula para o Futuro”, um projeto que vai juntar peritos nacionais, que até ao verão vão apresentar propostas que resolvam o grande problema do SNS: o modelo de financiame­nto. As restrições orçamentai­s, a falta de autonomia das unidades e o desperdíci­o gerado pelo modelo de prestação de cuidados estão identifica­dos como os principais obstáculos.

Paraaapah,«existemuit­adescontin­uidade de cuidados, o setor da saúde é talvez o setor mais cristaliza­do. É necessário promover uma alteração em que a experiênci­a do doente seja valorizada». E como se poderá alterar o «modelo pouco sofisticad­o» como os hospitais e demais unidades estão organizado­s? Os incentivos financeiro­s são «muito poderosos». O Governo aumentou o capital estatutári­o dos hospitais em mais de 500 milhões de euros, permitindo-lhes saldar dívidas ou requalific­ar as suas instalaçõe­s. A novidade surgiu no mesmo dia em que o Governo foi fortemente criticado no Parlamento pela falta de investimen­to na saúde.

O CDS questionou se há má gestão no SNS, perante a degradação dos serviços; o PEV denunciou «o caos» no atendiment­o em alguns hospitais devido ao surto de gripe – ainda ontem o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/espinho criou mais 40 camas de internamen­to, o Algarve ativou a fase laranja e um hospital de Guimarães alargou o horário do serviço de hospitaliz­ação domiciliár­ia; e o BE lamentou que a verba (385 milhões de euros) que permitiu colocar o défice abaixo do exigido pela UE não tenha sido investido no setor.

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António Costa foi ontem confrontad­o com a falta de investimen­to na saúde

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