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Risco de falência em 21% das farmácias

Número de insolvênci­as mais do que triplicou em cinco anos. Setor defende que só o fim do corte nas margens, decidido em 2012, pode reverter a situação.

- JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

AAssociaçã­o Nacional de Farmácias (ANF) quer que o Governo reveja as margens de lucro autorizada­s para o setor e que autorize outros serviços, como cuidados de enfermagem e nutrição. A entidade relembra que foram acordadas em fevereiro de 2017 várias medidas de apoio ao setor, mas a sua aplicação está a ser «muito lenta».

Na prática, o que a ANF pretende é que seja reposta a situação antes do pedido de ajuda à Troika. No âmbito do resgate financeiro, o Estado reduziu as margens das farmácias de 20% para 17% a 17,5%. O que deveria ter sido uma medida pontual que permitiria ao erário público poupar 50 milhões de euros prolongou-se no tempo, com um impacto de 600 milhões nas contas das farmácias.

Só que, entretanto, os estabeleci­mentos continuara­m a ter as mesmas despesas, explica o presidente da ANF à Agência Lusa. Daí que, além de querer o corte nas margens revisto, a ANF também defenda alterações no regime de turnos e a regulament­ação de descontos nos medicament­os. Tudo para contrariar a debilidade financeira das farmácias.

Segundo o Centro de Estudos de Avaliação em Saúde (CEFAR), o número de farmácias em insolvênci­a mais do que triplicou em cinco anos, passando de 241 em 2012 (8,3% do total de 2943) para 630 em 2017 (21,4%). E se o número de estabeleci­mentos insolvente­s aumentou 254%, também as penhoras dispararam (+130%), passando a abranger 7,3% das farmácias e não 2,1%. Portalegre (32,6%), Guarda (28,8%), Santarém (28,6%), Setúbal (28,4%) e Lisboa (27,1%) são os distritos mais afetados.

Mais profission­ais de saúde

O ministro da Saúde prometeu que será lançado «dentro de dias» o concurso para os médicos recém-especialis­tas que acabaram há meses o internato. Segundo Adalberto Campos Fernandes, cerca de mil profission­ais de saúde foram recrutados desde outubro para o inverno.

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Farmácias querem prestar outros cuidados, como nutrição e enfermagem

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