Medidas urgentes para fogos urbanos
Bombeiros profissionais pedem «mais poder de fiscalização e ação» para que se evitem tragédias como a de Vila Nova da Rainha. Ministério Público vai investigar.
Tndo «assistido com preocupação ao número de incêndios urbanos ocorridos nos últimos dias com consequências catastróficas», a Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) considerou premente criar medidas para evitar incêndios urbanos, defendendo a atribuição de poderes aos bombeiros para fiscalizarem os edifícios.
E porque há uma «necessidade urgente de fiscalizar estes espaços no que diz respeito ao licenciamento da sua atividade», a ANBP entende que as vistorias feitas pela Autoridade Nacional de Proteção Civil devem passar a ser obrigatórias, «deixando de ser suficiente o simples parecer de um técnico para dar luz verde ao processo de licenciamento». Dito de outro forma, é «muito importante» atribuir aos bombeiros «mais poder de fiscalização e ação».
Numa altura em que se discute o que é preciso alterar no combate e prevenção aos fogos florestais, a associação diz que também é tempo de«criar legislação ou cumprir e fiscalizar o cumprimento da já existente no que diz respeito a edifícios antigos e em novas construções». Além de um efetivo controlo das atividades que são exercidas em coletividades como a de Vila Nova da Rainha ou «em espaços comerciais com material inflamável e que, alegadamente, não cumprem as regras de segurança», como se viu numa loja chinesa que ficou completamente destruída nos Olivais, em Lisboa.
Funerais das vítimas
O Ministério Público instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias em que ocorreu o incêndio na Associação Cultural, Recreativa e Humanitária de Vila Nova da Rainha. O processo será conduzido pelo DIAP de Viseu, auxiliado pela PJ.
Ontem foram enterradas as oito vítimas mortais do incêndio de sábado, com várias dezenas de pessoas presentes. Nove feridos continuavam internados no Hospital de Viseu, dois deles na unidade de cuidados intensivos