DECO poupa 1M€ aos consumidores
Telecomunicações continuam a ser o setor que motiva mais queixas à associação. Transportes viram o número de reclamações duplicar no ano passado.
Atrasos, diminuição de linhas, cancelamento e alteração de percursos, incumprimento de horários e falta de higiene e conforto. Foram estes os principais motivos que levaram quase três mil portugueses a apresentar queixa à DECO dos transportes públicos coletivos ao longo do ano passado. Um número que é o dobro do registado em 2016 e que também se fica a dever ao lançamento da plataforma queixasdostransportes.pt.
Ao Destak, a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor apontou o transporte rodoviário (sobretudo Carris e STCP) como o subsetor que motivou mais queixas. Segue-se o transporte aéreo, com um grande peso do cancelamentos de rotas operado pela Ryanair. Na lista das reclamações seguem-se os Metropolitanos de Lisboa e Porto, o transporte ferroviário e, por último, o marítimo e fluvial.
A DECO prefere não divulgar os números por empresa, porque isso poderia levar a uma leitura que não tivesse em conta o peso e o número de passageiros transportados por cada operador. Ainda assim, é em Lisboa e no Porto que há mais denúncias. Numa versão preliminar do seu balanço relativo ao ano passado, a DECO salienta que 405 mil portugueses utilizaram os seus serviços para procurar informação e pedir apoio para a resolução dos seus conflitos, que em 80% das situações reportadas foram solucionados. Nas reclamações em que se verificava a cobrança ilegítima de valores, a intervenção da associação permitiu aos consumidores poupar um valor total de 1 milhão e 25 mil euros – só a “crise Ryanair” resultou em 35 mil euros para os passageiros afetados.
Por setores, como vem sendo hábito ao longo da última década, as telecomunicações motivaram mais queixas (42 339), sobretudo devido ao aumento ilegal de preços. Seguem-se a área de compra e venda (26 194 reclamações), a energia e água (21 670) e os serviços financeiros (20 756).