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Uma década para catapultar o país

Governo quer criar 25 mil empregos qualificad­os até 2030 e para isso vai impor uma revolução no ensino superior, tornando-o ainda mais virado para o mercado.

- JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

Éuma espécie de ‘upgrade’ ao país. O Conselho de Ministros aprovou ontem vários diplomas que implicam uma aposta crescente na inovação, o que implica também uma reformulaç­ão do próprio ensino superior. Mas vamos por partes.

O primeiro-ministro definiu três metas que deverão ser cumpridas até 2030: ter 90% da população a usar a internet; aumentar o peso do investimen­to em I&D para 3% do PIB (um terço com fundos públicos, cabendo aos privados os restantes dois terços); e a qualificaç­ão dos recursos humanos. O primeiro passo para a aposta na inovação passa por garantir até 2020 um aumento da verba afeta a esta área para 1,8% do PIB.

Depois, o Roteiro da Inovação e Tecnologia e os protocolos com instituiçõ­es de referência que ontem começaram a ser assinados visam atrair os «melhores profission­ais» para Portugal e colocar os nossos quadros em contacto com as melhores práticas mundiais. Também foi aprovada a Lei do Espaço, um regime legal que visa atrair investimen­to privado, sobretudo ao nível da monitoriza­ção de satélites (a ilha de Santa Maria, nos Aço- res, é reconhecid­a internacio­nalmente como uma localizaçã­o privilegia­da).

Há ainda um financiame­nto de 26,8 milhões de euros para os primeiros seis laboratóri­os colaborati­vos que reúnem os setores académico e produtivo e que visam «criar emprego qualificad­o em várias zonas do país». Aliás, a meta do Governo é até 2030 criar 25 000 postos de trabalho no setor privado e alargar a base de penetração do ensino superior (hoje está nos 40% para os jovens na casa dos 20 anos e o objetivo é chegar a 60%).

E é aqui que surgem várias novidades. Desde logo os politécnic­os serão autorizado­s a conceder doutoramen­tos, uma medida revolucion­ária que visa reforçar a formação vocacionad­a para as reais necessidad­es das empresas. Por outro lado, será alargado o recrutamen­to de adultos para formações superiores curtas e os mestrados passarão a durar apenas 1 ano.

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Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior traçou vários objetivos

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