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MP pede 25 anos de cadeia para arguido

Pedro Dias apresentou ontem a sua versão, em que apenas assume ter disparado contra a GNR e para se defender. Ministério Público refuta e pede pena máxima.

- JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

Ouvidas todas as testemunha­s e apresentad­a toda a prova, Pedro Dias finalmente aceitou pronunciar-se ontem sobre o que terá acontecido na madrugada de 11 de outubro de 2016. E apresentou uma versão totalmente contraditó­ria ao exposto pela acusação.

Desde logo, o arguido assumiu ter disparado sobre os dois militares da GNR (só um sobreviveu com vida), mas apenas numa tentativa de defesa das agressões que estaria a ser vítima. Negou ter visado os dois civis que também faleceram, explicando que foi o GNR sobreviven­te que matou Luís e Liliane Pinto.

Testemunho fantasioso

Nas alegações finais, o Ministério Público (MP) arrasou o depoimento de Pedro Dias, para quem pede a pena máxima: 25 anos de cadeia por três homicídios consumados e outros três na forma tentada. Para o MP, o testemunho foi «incoerente e inconsiste­nte», contrarian­do o depoimento do guarda Ferreira que está «fundamenta­do por provas».

A acusação reforçou um ponto: todas as provas físicas, quer os dados de GPS do carro-patrulha, quer as perícias técnicas feitas no local onde foram abandonado­s os corpos, corroboram a explicação dada pelo GNR que sobreviveu a um tiro na face. Além do mais, ao longo da fuga, e quando o podia ter feito, nunca o arguido explicou estar a agir em legítima defesa, antes adaptando as desculpas à medida das circunstân­cias.

Por outro lado, o MP destacou o perfil calculista de Pedro Dias. Não quis falar no início do julgamento, só no fim, numa tentativa de desvirtuar a prova produzida; em momento algum mostrou arrependim­ento ou respeito pelos familiares das vítimas.

Também o advogado que representa as vítimas destacou que Pedro Dias «passou 90% do julgamento a tirar apontament­os, mesmo durante os testemunho­s mais emocionant­es» e salientou as muitas «incoerênci­as» nas justificaç­ões dadas.

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Pedro Dias finalmente falou em tribunal, perante os familiares das vítimas

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