«Nunca quisemos ser popstars»
Orchestral Manoeuvres in the Dark (OMD), banda seminal do universo do synth-pop tocam hoje (21h) na Aula Magna. Falámos com um dos membros, Andy Mccluskey.
Os Orchestral Manoeuvres in the Dark estão de volta, depois de uma estreia auspiciosa, em 2016, no festival de Vilar de Mouros. O que prepararam para esta noite?
Vai ser um verdadeiro concerto dos OMD, e uma oportunidade para mostrarmos que somos muito mais interessantes ao vivo do que fomos há dois anos. Vamos apresentar alguns temas do último álbum, The Punishment ofluxury, mas vamos tocar todas as canções que os nossos fãs esperam que toquemos.
Não sendo um concerto totalmente revivalista, como avalia a reação do público ao vosso último trabalho?
É espantoso como as pessoas ainda recebem os OMD, principalmente quando celebramos, em 2018, 40 anos de carreira. E somos muito afortunados por podermos fazer aquilo que mais gostamos, que é tocar. É maravilhoso ouvir as pessoas a elogiarem os nossos últimos discos, ao ponto de referirem que são tão bons como os nossos primeiros quatro álbuns, no início da década de 80.
Que balanço faz após 12 anos sobre a reunião dos OMD?
É uma sensação fantástica. Estamos muito satisfeitos por continuarmos tocar ao vivo e fazer canções novas. Quando nos separámos, em meados dos anos 90, sentimos que não havia nada que uma banda de synth-pop dos anos 80 pudesse oferecer, quando a música era dominada pelas guitarras do britpop. Agora estamos nesta era pós-moderna, em que a cultura popular está a “devorar” o seu passado histórico; não há nada de novo! Quando se tem um catálogo de canções tão valioso como o nosso, haverá sempre quem nos queira ver ao vivo.
E muitos grupos do momento apontam os OMD como uma das suas principais influências musicais…
É muito agradável sabermos que muitas das bandas nascidas nos últimos 20 anos nos consideram uma influência importante. As nossas audiências também são formadas por uma enorme vaga de juventude.
E isso surpreende-vos?
Nunca foi nosso objectivo fazer parte da história da música. Nunca quisemos ser popstars. Por isso, toda esta jornada musical nos últimos 40 anos tem sido uma surpresa para nós.