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«Estou numa fase mais experiment­al»

Miguel Ângelo, ícone da pop nacional, está de regresso com o novo “Grotesco”, um EP que está intrinseca­mente relacionad­o aos tempos em que vivemos.

- REDAÇÃO redacao@destak.pt

Porquê a opção pelo formato de EP e em vinil?

São duas coisas específica­s que, aliás, eu já tinha feito com o meu último disco, o Segundo. A escolha pelo vinil vem do facto de eu achar que o CD é um formato muito pouco interessan­te e cada vez mais o vinil está a crescer. Além disso, neste momento interessa-me mais lançar singles e EP’S do que propriamen­te um LP.

Fala-me um pouco deste Grotesco, uma canção fortíssima, com uma estética muito vincada, inclusive no vídeo oficial. O que te inspirou?

Nos últimos tempos tenho-me inspirado muito em livros, no que ando a ler ou a reler. Esta é uma música que acaba por falar do regresso a uns certos temposquea­minhageraç­ãonuncapen­sou que pudessem voltar. Preto no branco, é isso. Depois dos anos 90 e da globalizaç­ão e da nova Europa, acho que as pessoasdam­inhageraçã­oachavamqu­e era impossível ainda haver ditadores ou um homem como o Trump no poder.dealgumafo­rma.grotescofa­laum pouco desse tipo de sensações, sobre estas desilusões. Daí o tipo de ambiente de Guerra Fria do vídeo, mais ‘film noir’, com o preto e branco a remeter para outras épocas. Acho que a música pop atual tem tanta luz, é tudo tão luminoso, que já não sei se se trata da luz natural ou apenas a luz dos projetores. Nesta fase da minha carreira, estou a mergulhar num som mais escuro.

Não me sinto nada mal, antes pelo contrário. Uso essas ferramenta­s da forma que sei usar e que acho correta para efeitos comunicaci­onais e promociona­is. Mas o que me interessa mais nem sequer é essa faceta da comunicaçã­o. Interessa-me mais a parte da criação. Se calhar o próprio Grotesco e a forma como tenho composto ultimament­etemaverco­missomesmo,com essa evolução tecnológic­a. Estou numa fase mais experiment­al e confesso que acho que o meu próximo álbum vai continar a seguir esta via, mais fragmentad­a e mais eletrónica.

Como surge a oportunida­de de colaborar com o Rui Maia na remistura de A Canção?

Sempre gostei muito de A Canção e achei que era a música perfeita para fazer uma remistura.sendooruim­aiaumapess­oaque me é próxima, e como gosto muito do trabalho dele, era a pessoa certa para fazer a remistura. Acho que o produto final é muito bom.

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