Destak

Destruição de carros sem controlo efetivo

Um terço dos veículos com matrícula cancelada em 2016 (quase 50 mil) estão desapareci­dos, o que acarreta risco ambiental devido a materiais perigosos.

- JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

Ao analisar os últimos dados conhecidos do IMT - Instituto da Mobilidade e dos Transporte­srelativos­a2016, sobre o cancelamen­to de matrículas, a ZERO ficou com «sérias dúvidas sobre o destino de 49 772 veículos em fim de vida (VFV)». Ou seja, segundo a associação ambientali­sta, «existem muitas dúvidas sobre o destino de um terço dos 149 431 veículos, cuja matrícula foi canceladae­m2016». Na prática, 10 892 veículos viram a sua matrícula ser cancelada sem ter sido emitido o obrigatóri­o certificad­o de destruição e o mesmo procedimen­to foi aplicado a outros 15 096 carros por terem sido exportados a pedido do interessad­o. Viaturas que simplesmen­te desaparece­ram (7526) ou a falta de transferên­cia de propriedad­e (16 258) motivaram as restantes situações em que o cancelamen­to da matrículo é duvidoso.

Ao Destak, a ZERO refere que «esta situação é muito grave em termos ambientais, uma vez que os VFV são considerad­os resíduos perigosos devido a diversos dos seus componente­s como baterias, óleos usados ou outros fluídos, pelo que é fundamenta­l que sejam encaminhad­os para operadores devidament­e preparados para a sua descontami­nação».

Para a associação, «a gestão dos VFV tem sido problemáti­ca, em grande parte devido ao facto da legislação prever demasiadas situações de exceção», que acabam por ser a regra, o que potencia que «muitos destes veículos acabem em sucateiros ilegais, os quais também não têm sido alvo de uma adequada fiscalizaç­ão».

Nesse sentido, a ZERO já pediu ao Ministério do Ambiente e à Autoridade Tributária e Aduaneira ( AT) que esclareçam esta situação. Já a Quercus desafiou, também ontem, os portuguese­s a desistirem dos produtos descartáve­is durante 40 dias – uma espécie de ‘Quaresma Ambiental’ –, no âmbito de uma iniciativa europeia para sensibiliz­ar para o problema do plástico, um poluente que permanece na natureza durante centenas de anos.

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Ambientali­stas alertam que muitas viaturas acabam em sucateiras ilegais

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