Só 17% das crianças com acesso gratuito
Larga maioria das crianças portuguesas até aos 12 anos que frequentam cheches ou ATL têm de pagar.
Em 2016, pouco mais do que uma em cada três crianças portuguesas até aos 12 anos frequentavam serviços socioeducativos. A percentagem (37,5%) destes menores com acesso a creches ou atividades de tempos livres (ATL) é ligeiramente inferior no nosso país em relação à média da União Europeia (UE): 38,8%.
Os dados do Eurostat, que o Destak analisou, indicam que uma esmagadora maioria (82,7%) das crianças que usufruíram destes serviços tiveram de pagar. O órgão de estatísticas europeu não especifica a percenta- gens de educadores que tiveram de suportar o custo na totalidade e quantos beneficiaram de tarifas reduzidas, com uma parte da mensalidade a ser paga pelo Estado. Certo é que apenas 17,3% das crianças em creches ou ATL não pagaram nada.
Além de Portugal não surgir muito mal colocado (é o 12º Estado-membro com mais crianças abrangidas), também há a destacar pela positiva a igualdade territorial, com uma diferença de 4,4 pontos entre as crianças que pagam para estar nestes serviços nos subúrbios (28,9%) e nas cidades (33,3%).
Falta de necessidade (75,8%) e dificuldades financeiras (14,2%) são os motivos apontados em nove em cada dez vezes para descartar o uso de creche e ATL. Segue-se a falta de lugares (2,5%) e os horários de abertura (1,9%).