Séries sobre hospitais dão falsas expectativas
Séries de TV como “Anatomia de Grey” podem criar falsas expectativas a doentes que recebem tratamentos.
Segundo uma investigação de especialistas do Saint Joseph’s Hospital and Medical Center de Phoenix, EUA, publicada na revista Trauma Surgery&, em algumas ocasiões, os guiões televisivos desériesqueretratamodiaadiadaatividade hospitalar podem gerar visões «pouco realistas», nomeadamente sobre a rapidez da recuperação dos doentes com ferimentos graves provocados por acidentes, ou seja, na fase de tratamentos traumatológicos.
Segundo o estudo, muitos desses programas e séries afirmam que fazem um esforço para oferecer tramas narrati- vas tão autênticas quanto o possível, mas limitações de tempo do formato e a necessidade de manter o telespetador atento, levam os argumentistas a apresentar soluções «pouco realistas».
Ficção choca com realidade
Os investigadores compararam casos de 290 pacientes fictícios em 299 episódios das primeiras 12 temporadas da série Anatomia de Grey com os 4.812 pacientes reais com lesões traumáticas: os dados reveleraram que a taxa de mortalidade era três vezes mais alta na série de TV do que na vida real, cerca de 22% face a 7%, respetivamente. Todavia, verificaram que 71% dos pacientes da série que chegou às urgências foram imediatamente conduzidos para a sala de operações, quando na vida real, apenas 25% se submete a uma cirurgia.