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«Tive de sair da minha zona de conforto»

Depois do polémico “Mother!”, Jennifer Lawrence decidiu encarnar a espia Dominika Egorova aka DIVA em “Red Sparrow - A Agente Vermelha”, filme que estreia hoje e recupera o carisma dos grande clássicos de espionagem.

- JOHN-MIGUEL SACRAMENTO, em Hollywood

Aos 27 anos, Jennifer Lawrence parece já ter tudo. Mais correto: aos 27 anos ela parece já ter tido tudo. Desde logo, já quebrou todos os recordes e expetativa­s. Mesmo nas áreas da expressivi­dade dramática, tal como é apreciada pela classe mais intelectua­l da Academia das Artes e das Ciências, ficaria bem lembrar que, com a idade que tem, a atriz jovem leva uma grande dianteira face à Meryl Streep. Só aos 29 anos de idade é que a grande Meryl conseguiu a sua primeira nomeação. Jennifer Lawrence conseguiu ser nomeada quatro vezes e, coroação precoce mas merecida, ganhar o prémio maior pelo desempenho no Silver Linings Playbook. Atenção, ainda, à sua lista longa de conquistas comerciais, algo que já nem pertence às preocupaçõ­es daacademia­ouaosdomín­iosdameryl mas, sim, aos gritos lancinante­s das multidões ululantes que seguiram os passos dela em qualquer episódio da série Hunger Games ou X-men. (PS: tais filmes acumularam até agora nas bilheteira­s o valor de 5.6 biliões de dólares). Depois há, claro, todo o seu romantismo cerebral e a relação que manteve com o Darren Aronofsky durante e depois das filmagens do Mother!. Sim, verdade, ainda não chegou aos 30 e parece que a nossa amazona gloriosa já conquistou tudo. É por isso que vale a pena ver agora este fenómeno físico e mental a liderar um ‘thriller’ de massas que vai para além da fantasia utópica ou da banda desenhada. Desta vez ela tenta o sotaque russo. E faz de espia. Há aqui assuntos retirados das manchetes. Jennifer Lawrence cresceu como ameaça.

Enquanto se preparava para o filme, houve alguma coisa que a chocou no sistema Sparrow criado pelas forças russas dedicadas à segurança e espionagem?

Aquilo que mais me chocou foi o facto de aquilo ser um programa que existe mesmo. O programa Sparrow existiu durante o regime policial do KGB e, até, na América. Todo o filme é baseado nas palavras do Jason Matthews, que passou a vida a estudar as relações de espionagem entre a Rússia e os Estados Unidos da Améria.

O que temos aqui é uma perspetiva totalmente nova sobre o assunto.

Gostaria de falar das muitas cenas de nudez física. Foi mais difícil fazer essas cenas que as outras contendo uma violência horrenda?

O trabalho de atriz é muito específico. Eu, por exemplo, nunca conseguiri­a concretiza­r uma cena realista na qual a personagem tem de ir muito além daquilo que eu própria seria capaz de fazer.

Claro que, se a cena não é realista – como é, digamos, um momento de ação em que alguém irrompe pela clarabóia e faz rapel de super-herói pela casa adentro – tenho de deixar que um duplo execute essas sequências arriscadas. Mas, noutra qualquer questão ligada aos muitos temas sombrios que retratamos, tive de ser eu a fazer. Mesmo que, como se espera, essas cenas acabem por deixar nalgumas pessoas uma sensação de desconfort­o. O importante era produzir algo de maneira correta. Isso implicaria entrar em zonas mais delicadas e perigosas, desafiar situações de limite.

«Tive lições e ensaios de bailado clássico ao longo de quatro meses. Eram três horas por dia» «O que temos aqui é um filme em que a nudez, (...), era vital para que a história ficasse bem contada»

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