Destak

Viva o futebol inglês!

- JOSÉ ROSÁRIO, Corroios FRANCISCO SERRANO SOCORRO

Como adepto do futebol, ao ver gente ligada aos três grandes nos seus respetivos canais de televisão a fazer discursos inflamados de acusação, quais “virgens ofendidas” donas da “verdade desportiva”, e depois assistir a casos como a detenção de um dirigente do Benfica, acusado de corrupção; constatar a grande coincidênc­ia que foi um pagamento de uma “dívida” (!) do Porto ao Estoril em vésperas da 2ª parte de um jogo em atraso; ver adeptos do Sporting festejarem a morte de adeptos do Benfica, e vice-versa; ouvir adeptos do Porto a pedir a morte de árbitros; ver a programas, ditos desportivo­s, mais concretame­nte, o programa Prolongame­nto, da TV 24 – como é possível que um canal permita um programa destes –, que é tudo menos um programa de futebol; assistir a uma armadilha montada a um assistente de um árbitro por um ex-dirigente do Sporting, depositand­o uma quantia de dinheiro na sua conta bancária... É caso para perguntar: que futebol é este em Portugal? Eu quero é o futebol inglês! Para mim, é o melhor futebol do mundo, na relação de competivid­ade, qualidade e tempo de jogo: tem os melhores adeptos do mundo; dos melhores jogadores do mundo; respeitam os árbitros, mesmo quando estes erram. Para eles, o mais importante são os artistas, os grandes golos, as grandes defesas, as grandes jogadas, e também os grandes frangos e grandes falhanços. No fim, todos se cumpriment­am com grande ‘fair play’. base. Dito isto: quando Donald Trump ganhou as eleições presidenci­ais americanas, a Dra. Elina Fraga juntou-se a uma manifestaç­ão que, no essencial, protestava contra os resultados eleitorais.

E a nós ensinaram-nos que era democrátic­o aceitar os resultados eleitorais, quando legítimos. Ou seja, uma ex-bastonária da Ordem dos Advogados portuguesa, participav­a numa manifestaç­ão contra um presidente [democratic­amente] eleito, num país estrangeir­o. Eleito segundo as regras do sistema eleitoral dos Estados Unidos da América. Passado um ano e poucos meses, a mesma jurista, é eleita no país dela para a direção do seu partido [PSD]. E aí foi vaiada pelos militantes que não gostavam dela. “Justiça poética”, dizem os americanos. Cá se fazem, cá se pagam, diz-se por cá.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal