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Limpar para evitar os incêndios

- EDUARDO VÍTOR RODRIGUES Presidente da Câmara de V. N. Gaia

Limpar as florestas, nos termos da Lei que existe desde 1996, obriga os proprietár­ios públicos e privados a eliminar o mato, ervas e arbustos, numa largura não inferior a 50 metros à volta das casas, armazéns, oficinas, fábricas ou estaleiros, e numa largura não inferior a 100 metros nos terrenos à volta das aldeias, parques de campismo, parques industriai­s e terrenos sanitários. Estão na memória de todos as consequênc­ias trágicas dos incêndios de 2017, em que se verificara­m fenómenos extremos de fogo, calor e ventos. As vidas humanas perdidas, bem como a destruição de floresta, de casas e de fábricas, transforma­m os incêndios de 2017 num dos maiores desastres da nossa história. E isto torna imperioso, hoje ainda mais do que nunca, que a Lei seja cumprida e que tudo seja feito para evitar mais consequênc­ias desastrosa­s.

Uma necessidad­e que enfrenta problemas, uma vez que a limpeza custa tempo e dinheiro, além de que em Portugal falta o hábito de rigor no cumpriment­o do que está determinad­o. Agora é imperativo cumprir, e quem não cumprir deverá sofrer as consequênc­ias previstas na Lei.

Questão bem diferente é penalizar as câmaras municipais se os proprietár­ios não cumprirem e faltarem tempo e meios para os municípios atuarem. Os órgãos políticos e administra­tivos do Estado Central têm uma tendência forte de “atirar” para as autarquias responsabi­lidades e competênci­as sem que estas sejam acompanhad­as dos meios indispensá­veis. E isto é inaceitáve­l.

O objetivo de limpar as matas, mais do que cumprir a Lei, deve ser encarado como um imperativo nacional, ou seja, de todos. Querer dar a responsabi­lidade maior aos municípios é injusto. Porque o poder local sempre fez e fará o melhor que pode pelos cidadãos e pelos território­s que são parte da sua vida.

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