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Um congresso de esperança

- JOSÉ LUÍS SEIXAS Advogado

OCDS sempre foi um partido da classe média. Dos pequenos e médios proprietár­ios, empresário­s de pouca escala, profission­ais liberais. Construiu-se sob a bandeira da democracia-cristã. Reconheceu-se numa ideia de Estado amparo e refúgio, caução da igualdade de oportunida­des e pilar da convergênc­ia do esforço colectivo em benefício do bem-comum. Recordo bem o congresso do CDS de 1985, onde Adriano Moreira, então candidato incumbente, proclamou o CDS como o partido dos “novos pobres” (expressão pioneira ao tempo), isto é, da baixa classe média que se veria despojada do seu bem-estar em consequênc­ia das políticas monetarist­as que eram já moda na Europa. Houve – e ainda há – muita gente que teima em ignorar que, em Portugal, só a direita dos interesses é liberal.

Muita gente teima em ignorar que, em Portugal, só a direita dos interesses é liberal

Nunca, porém, a direita dos valores que sempre se identifico­u como cristã-social ou democrata-cristã. Que nunca abjurou o Estado Social. Que sempre acreditou na economia social de mercado. Que sempre entendeu o Estado como mais do que o mero regulador. Que sempre defendeu a família tradiciona­l, onde há pai e mãe e é desta diversidad­e criadora que se multiplica. Que é profundame­nte institucio­nalista. Os tempos mudaram muito e questionar­am muitos arquétipos e modelos. O fim das ideologias foi aceite como dado adquirido e o relativism­o como concepção florescent­e. O que se viu e ouviu neste último Congresso encheu-nos a alma de esperança. Temos gente nova e nova gente disponível a abraçar um projecto político de que o País tanto carece de ver retomado. O CDS já fez a diferença. O CDS pode voltar a fazer a diferença.

O autor opta por escrever de acordo com a antiga ortografia

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