«Sempre fui uma romântica inveterada»
A sueca Alicia Vikander, que recentemente escolheu Lisboa para viver, lançou-se ao desafio de encarnar a icónica Lara Croft no novo “Tomb Raider”. Prova superada!
Para quem ainda não percebeu de que mármore amanteigado se faz esta deusa, valerá a pena lembrar que ela vem do bailado sueco. Foiaíqueaprendeuadisciplinadomúsculo e do gesto fluido. Mesmo hoje, aquilo que a leva a passar por todos estes tormentos de Lara Croft feita arqueóloga obrigada a mergulhar em águas geladas, o que mais depressa a tira da cama, logo pela manhã, é a possibilidadedequepossaalcançaralgonovo. Que maravilha, quando foi descoberta para o mundo inteiro no filme Ex Machina, parafazeraquelaque,atéhoje,éconsiderada a ‘android’ mais cativante de sempre. Dados avulsos para compreender a aura da deusa em mármore: foi criada desde bebé só pela mãe, ganhou um Óscar pelo vitral de luz que foi o seu trabalho no The Danish Girl, casou há pouco em Ibiza com o ator Michael Fassbender, é uma das novas residentes de Lisboa. No novo Tomb Raider – uma aventura terrena centrada numa mulher destemida, caso raríssimo no cinema de heróis – a força e vulnerabi- lidade de Lara Croft ganham acesso a porto seguro. Quer dizer, a tradição das suecasdefibrabravacontinuavivaem Hollywood. Estamos salvos.
Que relação tem com Lara Croft?
Como sabe, a minha aprendizagem foi feita no bailado clássico. Talvez por isso, sempre tive uma curiosidade imensa sobre este tipo de personagens, o tipo de cenas em que se metem, o movimento imparável, os movimentos mais perigosos que são geralmente concretizados por atores duplos. Ainda hoje acho que é neste aspeto que a minha profissão mais me encanta. Há alguém que me diz: vai, hoje é o dia em que tens de te preparar para te transformares noutra pessoa, vai e aperfeiçoa todo o novo tipo de habilidades físicas e faculdades mentais. Cabe-me a mim, depois, durante uns meses, aprender uma nova linguagem emocional ou um novo idioma, aprender a tocar um instrumento, aprender uma nova técnica de escalar penhascos, aprender luta livre, aprender o que for preciso. Para este filme, por exemplo, aprendi técnicas inacreditáveis de boxe, ciclismo, natação. Foi preciso adquirir uma gama novíssima de características e perícias. Até me senti mais poderosa. Ser arrastada por aquele rio, ou submergir naquelas águas, foram momentos que me providenciaram torrentes loucas de adrenalina.
Li que os seus pais se separaram quando a Alicia era ainda bebé. E, no entanto, li também que a Alicia se casou há pouco tempo. O que a levou a acreditar na instituição do casamento?
A crença que existe entre nós é posta sempre no amor, não no casamento.
Já notou diferenças entre a vida pré-casamento e a de casada?
«Para este filme, por exemplo, aprendi técnicas inacreditáveis de boxe, ciclismo, natação»
Não tem havido mudança nenhuma. Sempre fui uma romântica inveterada. Acredito sobretudo no amor. Não creio, de todo, que a fé do casal esteja posta essencialmente no laço de casamento. Aquilo que as pessoas