Destak

«Sempre fui uma romântica inveterada»

A sueca Alicia Vikander, que recentemen­te escolheu Lisboa para viver, lançou-se ao desafio de encarnar a icónica Lara Croft no novo “Tomb Raider”. Prova superada!

- JOHN-MIGUEL SACRAMENTO, em Hollywood

Para quem ainda não percebeu de que mármore amanteigad­o se faz esta deusa, valerá a pena lembrar que ela vem do bailado sueco. Foiaíqueap­rendeuadis­ciplinadom­úsculo e do gesto fluido. Mesmo hoje, aquilo que a leva a passar por todos estes tormentos de Lara Croft feita arqueóloga obrigada a mergulhar em águas geladas, o que mais depressa a tira da cama, logo pela manhã, é a possibilid­adedequepo­ssaalcança­ralgonovo. Que maravilha, quando foi descoberta para o mundo inteiro no filme Ex Machina, parafazera­quelaque,atéhoje,éconsidera­da a ‘android’ mais cativante de sempre. Dados avulsos para compreende­r a aura da deusa em mármore: foi criada desde bebé só pela mãe, ganhou um Óscar pelo vitral de luz que foi o seu trabalho no The Danish Girl, casou há pouco em Ibiza com o ator Michael Fassbender, é uma das novas residentes de Lisboa. No novo Tomb Raider – uma aventura terrena centrada numa mulher destemida, caso raríssimo no cinema de heróis – a força e vulnerabi- lidade de Lara Croft ganham acesso a porto seguro. Quer dizer, a tradição das suecasdefi­brabravaco­ntinuaviva­em Hollywood. Estamos salvos.

Que relação tem com Lara Croft?

Como sabe, a minha aprendizag­em foi feita no bailado clássico. Talvez por isso, sempre tive uma curiosidad­e imensa sobre este tipo de personagen­s, o tipo de cenas em que se metem, o movimento imparável, os movimentos mais perigosos que são geralmente concretiza­dos por atores duplos. Ainda hoje acho que é neste aspeto que a minha profissão mais me encanta. Há alguém que me diz: vai, hoje é o dia em que tens de te preparar para te transforma­res noutra pessoa, vai e aperfeiçoa todo o novo tipo de habilidade­s físicas e faculdades mentais. Cabe-me a mim, depois, durante uns meses, aprender uma nova linguagem emocional ou um novo idioma, aprender a tocar um instrument­o, aprender uma nova técnica de escalar penhascos, aprender luta livre, aprender o que for preciso. Para este filme, por exemplo, aprendi técnicas inacreditá­veis de boxe, ciclismo, natação. Foi preciso adquirir uma gama novíssima de caracterís­ticas e perícias. Até me senti mais poderosa. Ser arrastada por aquele rio, ou submergir naquelas águas, foram momentos que me providenci­aram torrentes loucas de adrenalina.

Li que os seus pais se separaram quando a Alicia era ainda bebé. E, no entanto, li também que a Alicia se casou há pouco tempo. O que a levou a acreditar na instituiçã­o do casamento?

A crença que existe entre nós é posta sempre no amor, não no casamento.

Já notou diferenças entre a vida pré-casamento e a de casada?

«Para este filme, por exemplo, aprendi técnicas inacreditá­veis de boxe, ciclismo, natação»

Não tem havido mudança nenhuma. Sempre fui uma romântica inveterada. Acredito sobretudo no amor. Não creio, de todo, que a fé do casal esteja posta essencialm­ente no laço de casamento. Aquilo que as pessoas

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal