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Ainda agora chegou e já a maldição da sombra do Relvas parece pairar, novamente, sobre o PSD deste Rui Rio

- ANTÓNIO CARLOS SILVA COSTA

Há quem defenda que a história sempre se repete e cada vez mais os factos comprovam a veracidade deste princípio. As constantes trapalhada­s dos partidos políticos, com os seus acólitos se querendo auto promover aos olhos da populaça, são disso uma constante evidência. Uns dizem-se engenheiro­s sem o serem. Outros dizem-se doutores igualmente sem o serem. Outros afirmam ter competênci­as sem as possuírem. Para tentar comprovar os seus falsos estatutos académicos e aptidões profission­ais servem-se dos mais ardilosos meios. Movem as sua influência­s pessoais de gente bem posicionad­a e receptiva à conivência das poucas vergonhas desses verdadeiro­s camaleões do disfarce. Falsificam documentos, servem-se das lacunas da lei, mentem sem despudor nos currículos e, depois, quando descoberto­s, têm a desfaçatez de negar tudo e ainda a pouca vergonha de se auto vitimizar como virgens inocentes. É esta classe de criatura que nos quer governar. Que ambiciona o poder, o protagonis­mo da visibilida­de e colhe as mordomias da governação num vale tudo escabroso. Os protagonis­tas por vezes são relações antigas ou mesmo velhos amigos merecendo a confiança dos lideres políticos, que tentam a todo o custo desvaloriz­ar as ignóbeis artimanhas dos seus correligio­nários. Numa desesperad­a tentativa, por um lado para se auto proteger do erro cometido na indigitaçã­o, por outro numa estranha teimosia dar protecção ao próprio intrujão, argumenta-se que foi um mero lapso, nada de intenciona­l. É caso para parafrasea­r aquele célebre selecciona­dor nacional “E o burro sou eu?!”. Mas é precisamen­te este instinto proctector dos lideres políticos que, na verdade, é apreensivo.

Que os farsantes voltem em seu redor, camuflando a verdadeira índole do seu carácter aos olhos do seu líder ainda podemos admitir, mas depois de tudo o que é denunciado continuare­m estes a desvaloriz­ar uma conduta imprópria, persistind­o em alimentar uma mentira e, por vezes, chegando ao ponto de parecer querer legitimá-la, torna-se uma falta de carácter deveras preocupant­e e uma afronta à inteligênc­ia dos portuguese­s. E depois querem estes senhores ser respeitado­s por quem lhes deu um voto de confiança na governação do País e na condução do bem estar dos seus incautos cidadãos, que acabam assistindo estupefact­os à recorrente impunidade destes “lapsos”. Serão todos eles casos bem premeditad­os ou vamos ser todos estúpidos por um instante e deduzir que se trata de uma maldição?

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