Definidos os ‘pontos negros’ para vítimas
Universidade de Aveiro desenvolveu um inédito modelo matemático que calcula os locais mais perigosos de Lisboa, Porto e Aveiro para peões e ciclistas.
Analisados 4439 acidentes entre 2012 e 2015 que envolveram os chamados utentes vulneráveis, investigadores da Universidade de Aveiro identificaram as variáveis que são relevantes na ocorrência de um acidente com peões ou ciclistas. O género, a faixa etária, o nível de gravidade dos ferimentos, o dia da semana, o período do dia ou as condições meteorológicas são alguns dos fatores que se revelaram decisivos para desenvolver um modelo matemático que permite identificar os locais mais problemáticos para estas ocorrências.
Publicamente, e para evitar alarmismos, a equipa prefere não divulgar zonas específicas que sejam mais perigosas, mas essa informação poderá ser passada às câmaras municipais de Lisboa, Porto e Aveiro (municípios onde o estudo se concentrou) caso estas assim o desejem, garantiu ao Destak a coordenadora da investigação. De qualquer modo, «a maior parte dos acidentes ocorreram em espaços de grande atratividade de pessoas, como estações ferroviárias, zonas comerciais e espaços turísticos localizados nos centros históricos das três cidades», avançou Margarida Coelho.
Em termos temporais, a maior parte dos acidentes ocorre não durante o período da manhã, mas «na hora de ponta da tarde, entre as 16h e as 19h». Com esta análise, que «permite encontrar padrões de risco», os investigadores salientam que as autoridades podem «planear o reforço de medidas de segurança rodoviárias consoante as especificidades de cada cidade».