Comércio de rua só tem 11% do espaço vazio
Zonas históricas de Lisboa e Porto tiveram aumento da oferta significativo ao longo da última década.
Entre 2003 e 2017, a indústria do retalho captou 6700 milhões de euros (M€), ficando os centros comerciais com quase dois terços desse investimento: 4300M€. De acordo com a Cushman & Wakefield, existem atualmente em Portugal 119 centros comerciais, distribuídos por 3,1 milhões de metros quadrados (m²). O que resulta numa densidade comercial de 281m² por mil habitantes,acimadamédiadauniãoeuropeia (240m²), mas inferior à registada por outros 9 Estados-membros.
O relatório da consultora, a que o Destak teve acesso, salienta que, nos últimos anos, o crescimento deste segmento abrandou, ao contrário do comércio de rua, impulsionado pelo turismo e pela lei do arrendamento. Entre 2007 e 2017, as zonas tradicionais de Lisboa tiveram um aumento de 25% no espaço disponível, enquanto no Porto esse crescimento foi de 13%.
Avenida da Liberdade, Baixa, Chiado e Restauradores e Rossio têm mais de 1000 lojas que ocupam 198 000m². Apenas 11% deste espaço estava desocupado. A mesma percentagem verificada na zona histórica do Porto, onde Baixa e Clérigos têm 600 lojas distribuídas por 148 000m².
Mas este dinamismo alastrou a outras zonas das duas cidades. Na capital, Avenidas Novas, Cais do Sodré, Parque das Nações e Príncipe Real têm, em conjunto, uma oferta de 1040 lojas e 114 000 m².