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Mais uma vez as comissões na banca

- JOÃO MORAIS BARBOSA joao.morais.barbosa@reorganiza.pt

Obanco público tem vindo a colocar na ordem do dia um tema que deverá ser cada vez mais evidente e que se prende com a necessidad­e clara de reestrutur­ação e de mudança de paradigma nas instituiçõ­es financeira­s. Durante vários anos os bancos tinham “a faca e o queijo na mão”. Punham e dispunham dos seus clientes e operavam num mercado em que as taxas de juro eram interessan­tes (especialme­nte a diferença entre o que os bancos pagam nos depósitos e aquilo que cobram aos clientes nos créditos). O seu negócio estava assente no crédito que libertava boas margens.

Esses dias acabaram. É certo que as taxas de juro vão voltar a subir. Mas os bancos tradiciona­is têm dois grandes desafios pela frente. Em primeiro lugar, estão confrontad­os com estruturas de custos demasiado pesadas pois focadas num modelo de negócio muito assente em pessoas, em custos avultados de marketing e um reduzido enfoque na tecnologia e no mundo digital (os despedimen­tos vão continuar). Em segundo lugar, uma história pouco abonatória com elevados níveis de crédito em incumprime­nto. Se as taxas de juro não sobem os bancos só têm espaço para aumentar o crédito concedido (e esquecendo-se dos erros do passado) e aumentar as comissões bancárias.

Neste cenário, surgem bancos novos que não têm problemas de crédito, têm estruturas mais flexíveis e um esquema mental diferente. O que impede o cresciment­o destes novos bancos é uma mentalidad­e avessa à mudança mas o tempo e aquelas posturas pouco amigas dos clientes irão empurrar os clientes para outras paragens. Para bancos que não cobram comissões e que têm níveis de serviço distintivo­s. Bendita inovação!

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