Mais uma vez as comissões na banca
Obanco público tem vindo a colocar na ordem do dia um tema que deverá ser cada vez mais evidente e que se prende com a necessidade clara de reestruturação e de mudança de paradigma nas instituições financeiras. Durante vários anos os bancos tinham “a faca e o queijo na mão”. Punham e dispunham dos seus clientes e operavam num mercado em que as taxas de juro eram interessantes (especialmente a diferença entre o que os bancos pagam nos depósitos e aquilo que cobram aos clientes nos créditos). O seu negócio estava assente no crédito que libertava boas margens.
Esses dias acabaram. É certo que as taxas de juro vão voltar a subir. Mas os bancos tradicionais têm dois grandes desafios pela frente. Em primeiro lugar, estão confrontados com estruturas de custos demasiado pesadas pois focadas num modelo de negócio muito assente em pessoas, em custos avultados de marketing e um reduzido enfoque na tecnologia e no mundo digital (os despedimentos vão continuar). Em segundo lugar, uma história pouco abonatória com elevados níveis de crédito em incumprimento. Se as taxas de juro não sobem os bancos só têm espaço para aumentar o crédito concedido (e esquecendo-se dos erros do passado) e aumentar as comissões bancárias.
Neste cenário, surgem bancos novos que não têm problemas de crédito, têm estruturas mais flexíveis e um esquema mental diferente. O que impede o crescimento destes novos bancos é uma mentalidade avessa à mudança mas o tempo e aquelas posturas pouco amigas dos clientes irão empurrar os clientes para outras paragens. Para bancos que não cobram comissões e que têm níveis de serviço distintivos. Bendita inovação!