Semear ódios, colher violências
A violência no mundo do futebol e à sua volta tem vindo a acentuar-se, atingindo um patamar muito perigoso.
O seu foco deve incidir na fruição do divertimento, dando saúde ao corpo e à mente, interiorizando valores como o companheirismo, desenvolvendo ainda a entreajuda no espírito de equipa e por aí fora. Todos os fins-de-semana é dado à estampa episódios de agressões envolvendo árbitros, treinadores, dirigentes e até mesmo o público (!).
Este fenómeno grave e violento vem, sobretudo, de uma má semente veiculada pelos dirigentes, através duma oralidade grosseira, com incitamento à tomada de posições várias…
É censurável, e até repugnante, haver quem no topo do dirigismo ostracize e repudie títulos de jornais, exigindo que a massa associativa nem os compre nem os leia ou, pasme-se (!), rotular um homónimo directivo de «gangster» (!). As presidências dos clubes têm de ser modelos inspiradores de dinâmicas para que, a montante e a jusante, não possa ser inoculada a semente do ódio que gera violência!
O Governo, através da pasta do Desporto, como no Plano Nacional de Ética, tem de veicular ainda mais a mensagem do comportamento leal, do jogo franco e segundo as regras. A interiorização destes elevados valores pugnará por melhor pelo desporto numa sociedade que se pretende decente.
O futebol, arrastando multidões, deve, nomeadamente, incidir no respeito recíproco de todos os intervenientes, dentro e fora do recinto desportivo. A sua beleza e arte farão o resto!