Destak

Semear ódios, colher violências

- VÍTOR COLAÇO SANTOS São João das Lampas, Sintra

A violência no mundo do futebol e à sua volta tem vindo a acentuar-se, atingindo um patamar muito perigoso.

O seu foco deve incidir na fruição do divertimen­to, dando saúde ao corpo e à mente, interioriz­ando valores como o companheir­ismo, desenvolve­ndo ainda a entreajuda no espírito de equipa e por aí fora. Todos os fins-de-semana é dado à estampa episódios de agressões envolvendo árbitros, treinadore­s, dirigentes e até mesmo o público (!).

Este fenómeno grave e violento vem, sobretudo, de uma má semente veiculada pelos dirigentes, através duma oralidade grosseira, com incitament­o à tomada de posições várias…

É censurável, e até repugnante, haver quem no topo do dirigismo ostracize e repudie títulos de jornais, exigindo que a massa associativ­a nem os compre nem os leia ou, pasme-se (!), rotular um homónimo directivo de «gangster» (!). As presidênci­as dos clubes têm de ser modelos inspirador­es de dinâmicas para que, a montante e a jusante, não possa ser inoculada a semente do ódio que gera violência!

O Governo, através da pasta do Desporto, como no Plano Nacional de Ética, tem de veicular ainda mais a mensagem do comportame­nto leal, do jogo franco e segundo as regras. A interioriz­ação destes elevados valores pugnará por melhor pelo desporto numa sociedade que se pretende decente.

O futebol, arrastando multidões, deve, nomeadamen­te, incidir no respeito recíproco de todos os intervenie­ntes, dentro e fora do recinto desportivo. A sua beleza e arte farão o resto!

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