Não são todos iguais
Uma das falácias mais frequentes que assistimos em vários campos da nossa sociedade é a da generalização precipitada. Isto é, se um político é corrupto, todos o são. Se um banqueiro fez um desfalque, todos o fazem. E por aí adiante. Um dos casos mais recentes deste tipo de comportamentos é o que se passa com a opinião pública sobre IPSS (instituições Particulares de Solidariedade Social) e outras instituições sem fins lucrativos. Infelizmente, uma das mais reconhecidas no país está sob investigação de eventuais atos de má gestão. Desde que saíram essas suspeitas que se tem ouvido pela rua expressões do género: «são todas iguais», «por isso é que eu não ajudo estas instituições», «o Estado é incompetente na fiscalização», etc. Não venho aqui fazer a defesa de qualquer caso particular, mas venho alertar para a injustiça tremenda que cometemos quando fazemos este tipo de afirmações. Não! Os casos não são todos iguais. Por vezes até fico com a sensação que embarcamos nestes raciocínios para nos desresponsabilizarmos do imperativo de ajudar os outros. É verdade que nem tudo corre bem, mas se assim é, então temos de ser mais criteriosos na decisão de quem queremos apoiar. Nesta altura de preenchimento de declaração de
IRS não deixe de consignar parte do seu imposto a alguma destas instituições em que podemos confiar. Se não sabe se deve confiar, procure informação e referências da mesma. A consignação do IRS não nos custa rigorosamente nada, pois nem pagamos mais imposto, nem deixamos de receber o quer que seja. Simplesmente, estamos a dar indicação para que 0,5% dos nossos impostos, em vez de entrarem nos cofres do Estado, sejam canalizados para quem queremos apoiar. Não custa nada e só faz bem!