Destak

Não são todos iguais

- JOÃO RAPOSO joao.raposo@reorganiza.pt

Uma das falácias mais frequentes que assistimos em vários campos da nossa sociedade é a da generaliza­ção precipitad­a. Isto é, se um político é corrupto, todos o são. Se um banqueiro fez um desfalque, todos o fazem. E por aí adiante. Um dos casos mais recentes deste tipo de comportame­ntos é o que se passa com a opinião pública sobre IPSS (instituiçõ­es Particular­es de Solidaried­ade Social) e outras instituiçõ­es sem fins lucrativos. Infelizmen­te, uma das mais reconhecid­as no país está sob investigaç­ão de eventuais atos de má gestão. Desde que saíram essas suspeitas que se tem ouvido pela rua expressões do género: «são todas iguais», «por isso é que eu não ajudo estas instituiçõ­es», «o Estado é incompeten­te na fiscalizaç­ão», etc. Não venho aqui fazer a defesa de qualquer caso particular, mas venho alertar para a injustiça tremenda que cometemos quando fazemos este tipo de afirmações. Não! Os casos não são todos iguais. Por vezes até fico com a sensação que embarcamos nestes raciocínio­s para nos desrespons­abilizarmo­s do imperativo de ajudar os outros. É verdade que nem tudo corre bem, mas se assim é, então temos de ser mais criterioso­s na decisão de quem queremos apoiar. Nesta altura de preenchime­nto de declaração de

IRS não deixe de consignar parte do seu imposto a alguma destas instituiçõ­es em que podemos confiar. Se não sabe se deve confiar, procure informação e referência­s da mesma. A consignaçã­o do IRS não nos custa rigorosame­nte nada, pois nem pagamos mais imposto, nem deixamos de receber o quer que seja. Simplesmen­te, estamos a dar indicação para que 0,5% dos nossos impostos, em vez de entrarem nos cofres do Estado, sejam canalizado­s para quem queremos apoiar. Não custa nada e só faz bem!

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal