Destak

«Aprendo com cada filme que faço»

Bruce Willis, ícone das últimas três décadas no firmamento de Hollywood, está de regresso com o novo “Death Wish: A Vingança”, filme que estreia amanhã nas salas e prova – pela enésima vez – que velhos são os trapos.

- JOHN-MIGUEL SACRAMENTO, em Hollywood

Bruce Willis é um verdadeiro e genuíno ícone. Talvez mesmo sem se aperceber disso. Não é que a imagem não tivesse sido cultivada. Da bonacheiri­ce de matiné (em camisola interior de alças “espanca-esposas”), ao tom cínico que lhe paira sempre nos lábios – mesmo que esteja a gerir o mais perigoso assalto a um arranha-céusemlosa­ngeles–,brucewilli­s parece entender as necessidad­es do cinema de massas mais do que muitos outros colegas intelectua­is. Não vive na Hollywood de hoje ou na dos anos 80. Vive apenas nesse horizonte indistinto que é a miragem do ser ‘cool’, dono de umareputaç­ãoduracomo­qualquerso­litário do Oeste. Venerado pelos grandes – Shyamalan, Tarantino, Besson... – e capaz de cortar a tela com o seu laconismo desencanta­do, Walter Bruce Willis podia ter-se tornado uma coisa tãoplástic­aepassagei­racomoumac­hicleteems­oladesapat­o.masficou.tornou-se ícone. Desde a série Modelo e Detetive, da televisão, que mostra como se faz. E, talvez por causa desse entendimen­to profundo dos tempos e dos dilemas vividos pela personagem, acabou transforma­do em vulto inescapáve­l. No novo Death Wish: A Vingança – um ‘remake’ do clássico dos anos 70 estrelado por Charles Bronson –, sob a batuta-espingarda do realizador Eli Roth, Bruce encorpa o conto assustador de um pai vingativo que se transforma em herói com duas faces contraditó­rias. Na cidade violenta, um perfil de grande gravidade volta para animar seriamente as plateias mais sombrias.

Deixe-me ver se consigo perceber a sua relação com a lei e a justiça. Alguma vez já roubou alguma coisa? Falo agora dos anos do cresciment­o, da infância e adolescênc­ia…

Bom, sabe...? Ainda estou a crescer (risos). Mas, apesar disso, não me lembro de alguma vez ter roubado uma coisa de grande valor. Rebuçados. Ok, pronto, vou imaginar que sim, que já roubei uns chocolates aqui e ali. Mas não sei se isso conta para o que estamos aqui a discutir. Seja como for, é verdade que já roubei uns quantos doces a bebés. (risos) Não! Estou a brincar.

Que relação tem com a música? Ouve determinad­o tipo de composiçõe­s para se mentalizar antes de fazer uma cena?

Depende do filme. Lembro-me de, de vez em quando, utilizar a música para me preparar quando chegava o momento de fazer um certo tipo de cenas. Cenas perturbant­es. Cenas emocionais. No cinema, a música é sempre fundamenta­l. Seria uma experiênci­a completame­nte diferente ver um filme sem música.

E, longe do local de trabalho, entrega-se nos braços de que género musical?

Continuo a ser uma pessoa que gosta de música barulhenta. (risos) Ainda gosto muito de rock n’ rol. Gosto de música para dançar. É verdade. Adoro dançar.

Agora que já é um nadinha menos jovem e, ainda por cima, pai, que tipo de homem quer ser na presença das suas três filhas? Há homens que cultivam um lado mais sensível, outros que se julgam guardas-prisionais, etc. Mostra-se compreensi­vo?

«[Tenho] carinho no trato em geral, esteja a lidar com as minhas filhas ou com qualquer outra pessoa»

Claro que quero que a minha presença e o relacionam­ento que mantenho com as pessoas sejam sempre pautados por laços de grande sensibilid­ade. Naturalmen­te, faço questão de continuar a ser sensível

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